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Auditoria aponta alto valor no convênio da Câmara de S.Bernardo

Contrato com Amil passa por análise, que cita troca de empresa para ter mesmo serviço com custo menor

Por Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
23/09/2020 | 08:42
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Auditoria que analisou contrato do convênio médico dos funcionários da Câmara de São Bernardo concluiu que o contrato firmado pelo Legislativo junto à Amil é caro e que a casa poderia buscar empresas que pudessem oferecer serviços correlatos por quantias menores.

O Diário teve acesso a pente fino feito pela empresa Audit sobre o vínculo firmado em 2018 com a Amil – à época o presidente da casa era Pery Cartola (PSDB). O acordo envolvia R$ 5.257.134,36 ao ano e gerou polêmica desde sua assinatura pela quantia envolvida (47,8% a mais do que o antigo contrato, com a NotreDame), por não incluir hospitais da Rede D’Or e por exigir, em edital, oferta de unidades em Campinas, por exemplo.

A auditoria foi feita em duas etapas – uma com 40 e outra com 48 páginas. Na conclusão, escreveu: “No entendimento da consultoria, após minuciosa discussão e avaliação dos dados apresentados, é possível redução de custo no valor mensal por beneficiário inscrito, seja na operadora atual, seja em busca de novo parceiro no mercado, correlatos com o serviço prestado atual”.

Com 854 colaboradores que trabalham na Câmara sob atendimento, o custo médio mensal com a assistência médica de todos os servidores é de cerca de R$ 500 mil.
Em um dos apontamentos, a auditoria informa que não houve qualquer atendimento de saúde em hospitais fora da região, como no Litoral ou na região de Campinas – a extensão da cobertura médica em outras regiões também está prevista no contrato com a Amil e era exigência na licitação.

“Realmente não tivemos nenhum atendimento fora do Grande ABC, mas a intenção é prosseguir com o contrato até o fim, que deve ocorrer em maio do ano que vem”, alegou o presidente da Câmara, Juarez Tudo Azul (PSDB). “Mas temos que levar em conta que o contrato é muito caro. É o contrato mais caro da Câmara em vigência”, emendou. O tucano alegou também que há funcionários insatisfeitos com os hospitais credenciados no convênio. “Muitos (colaboradores) reclamam da falta dos hospitais da Rede D’Or, que, para muitos, são referência”, declarou.

Em outro ponto do parecer, a empresa contesta o dispêndio com custo médio de internações, 381% superior a valores de referência da ANS ( Agência Nacional de Saúde Suplementar). Para sanear o problema, a auditoria sugere a implementação de campanhas de prevenção internas.

Conforme Pery, que assinou contrato com a Amil após licitação, o objetivo era oferecer um convênio médico que fosse melhor que o anterior, com opção de hospitais de qualidade com oferta superior de atendimentos. “Mas acredito que a auditoria é importante, assim como auditar todos os outros processos que a Câmara acabou findando na minha saída (da presidência). A melhor pesquisa para saber se o produto é bom é a de mercado, a de preço entre produtos semelhantes e também uma pesquisa entre os funcionários que utilizam. Inclusive, a empresa que possivelmente retornará a praticar esse convênio na Câmara é a NotreDame, mesma empresa que deu 25% de desconto em um boleto de plano de saúde e isso nos causa estranheza. Teria que analisar todos os contratos”, alegou Pery.  




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