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Grande ABC tem média de três furtos de energia por dia

Além de serem considerados crime, ‘gatos’ tornam a tarifa mais cara para os demais consumidores

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
04/03/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Municípios do Grande ABC registraram, no ano passado, média de três furtos de energia por dia. Segundo levantamento obtido pelo Diário junto à Enel, concessionária responsável pelo serviço, foram flagrados 1.351 ‘gatos’ na rede elétrica da região em 2018.

Embora o volume represente queda de 11% em relação ao mesmo período de 2017, quando foram flagrados 1.534 casos de furto de energia, as ocorrências de ligações clandestinas seguem em alta entre as sete cidades. Apenas em janeiro deste ano foram registradas 149 casos.

Além de ser crime, com pena prevista de um a oito anos de reclusão, o furto de energia impacta diretamente na qualidade do serviço prestado pela distribuidora, inclusive com riscos à população, principalmente às pessoas que manipulam a rede elétrica. Outro ponto é que a tarifa pode ficar mais cara para os consumidores cuja energia é furtada.

De acordo com a Enel, as ligações irregulares podem causar curtos-circuitos e sobrecarga na rede elétrica, ocasionando interrupção no fornecimento de energia. No caso de residência com irregularidades, pode haver desde queima de aparelhos eletrodomésticos até incêndios.

“A maioria das instalações é feita com bitola do fio fino, que não suporta a carga. E isso acaba ocasionando o aquecimento da fiação, que aumenta o risco de incêndio. Vários equipamentos ligados à mesma rede dentro de uma residência, como chuveiro e o ferro de passar roupa, levam à sobrecarga da rede, causando diversos acidentes, que podem colocar em risco a vida de muitos”, explica Valmir Oliveira Mello, supervisor e técnico em elétrica, com formação em logística.

O especialista cita que nos ‘gatos’ geralmente não há itens como o disjuntor, que previne e protege a rede elétrica. “Agora, se há todos esses equipamentos e uma fiação correta, todos esses riscos são reduzidos”, afirma Mello, ao destacar a importância de sempre ter profissionais capacitados para regularizar essas instalações.

Embora as ligações sejam mais frequentes em assentamentos precários, cuja energia é puxada ilegalmente de moradias vizinhas, também têm sido recorrentes casos envolvendo bairros de classe média e alta.

Em setembro do ano passado, duas pessoas foram detidas por furto qualificado de energia elétrica no Hotel PalmLeaf Grand Premium, no Jardim Chácara Inglesa, em São Bernardo.

O proprietário do estabelecimento, Daniel Felipe Souza Penha, 38 anos, e o empresário Wanderson Gomes Miranda, 42, foram indiciados pelo crime, após terem sido flagrados por equipe da Polícia Civil com ligação clandestina no hotel.

Desde 2017, segundo dados da Enel, estas ações irregulares resultaram em 29 prisões em cidades do Grande ABC.

 




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