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Sonho de Disney

Para muitos brasileiros, conhecer o mundo encantado do Mickey é meta de vida

Daniela Pegoraro
23/08/2018 | 07:00
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pixabay


Saindo diretamente dos contos de fadas, das animações e dos filmes de ação e aventura que acompanham gente do mundo inteiro na infância e juventude, os parques temáticos da Flórida, nos Estados Unidos, atraem os brasileiros, tanto crianças quanto adultos, que alcançam a nostalgia quando imersos em seus universos fictícios preferidos. Na cidade de Orlando, existem opções para os apaixonados por Mickey, princesas e animações da Pixar no complexo Disney. Já nos parques da Universal, os fãs ávidos de Harry Potter, Simpsons, Jurassic Park e heróis da Marvel encontram atrações e cenários capazes de fazer com que o turista se perca da realidade.

Apesar de o dólar ter alcançado cotação maior do que os R$ 4 (até R$ 4,35 na região) pela primeira vez em mais de dois anos, ainda há quem não abra mão do destino. Exemplo disso é a andreense Aline Burgueño, 27 anos, que está indo para Orlando pela segunda vez, com viagem marcada para outubro. “Não consigo descrever a sensação de estar em lugar tão mágico. A primeira coisa que fiz foi tirar foto com os personagens. A gente sabe que são bonecos, mas minha infância foi vendo desenhos da Disney” conta, relembrando quando colocou os pés nos parques pela primeira vez, há quatro anos. “São por esses e outros motivos que decidi ir novamente. Não conheço a Europa, mas minha paixão pelos parques é enorme. Lá, a gente consegue se sentir criança novamente, sabe? Vale a pena cada valor investido” acrescenta.

Orlando tem perfil para abrigar os mais diferentes visitantes: aqueles que procuram por adrenalina nas montanhas-russas ou os que gostam mais de atrações e eventos contemplativos, como os shows de fogos de artifício. “Visitei os parques pela primeira vez quando tinha 10 anos. Depois fui mais de dez vezes. É sempre uma sensação diferente, mesmo que já tenha visto aquilo antes”, conta Gabriel Pirronceli, 21, de Santo André. A paixão dele e da família por Orlando é tanta, que eles possuem uma casa na cidade norte-americana.

Planejamento é essencial na bagagem
Viajar para Orlando requer planejamento, principalmente para quem procura economizar. É comum fechar pacotes com agências de viagens, mas isso pode sai mais caro. Ex-funcionário dos parques da Disney, Nilson Junior explica que tudo depende do perfil do viajante e que toda escolha tem prós e contras. Por exemplo, se for um grupo acima de cinco pessoas, alugar uma casa é mais vantajoso. “Comprar de modo independente pode sair mais barato, mas vai demandar pesquisa e trabalho, e não dá para saber se vai encontrar exatamente o que está pagando no destino ou se está escolhendo as melhores opções”. De fato. Com tudo o que a cidade oferece, a pesquisa tem de ser aprofundada.

Só o complexo Disney é composto por quatro parques temáticos. O primeiro deles a ser inaugurado foi o Magic Kingdom, em 1971, e até hoje é considerado o principal, onde fica o icônico castelo da Cinderela. Suas atrações são voltadas majoritariamente à família e ao público que deseja mergulhar na magia do mundo Disney. Além dos personagens que passeiam pelo local, é ali que acontece o show de fogos mais famoso do mundo. Não é um dos parques mais radicais, e suas cinco montanhas-russas são desenvolvidas para agradar até mesmo os mais novinhos. De dentro do Magic Kingdom, a viagem que se faz é gigantesca: desde o mundo das princesas até os mares do Piratas do Caribe.

Para o público adulto, o Epcot é verdadeira viagem ao mundo. Apresenta cenários, culturas e linguagens de 11 países: México, Noruega, China, Alemanha, Itália, Estados Unidos, Japão, Marrocos, França, Reino Unido e Canadá. Cada espaço reproduz a arquitetura, gastronomia, música e pedaços das nações representadas no parque. Quem procura por atrações que dão friozinho na barriga, não vai encontrar por ali, mas existem suficientes para divertir o público como o Soarin, que simula um voo de asa delta e Spaceship Earth, passeio que se passa dentro da bola gigante símbolo do Epcot.

O menor dos parques do complexo é o Hollywood Studios. Como o nome já indica, sua temática é voltada para as artes do cinema e teatro, como o musical da Bela e a Fera. Ele promete agradar desde as crianças mais novas, com o Disney Junior Live on Stage, até os adultos com a Rock ‘ n’ Roller Coaster, a montanha-russa do Aerosmith. É ali onde se encontram os personagens do filme Star Wars e onde, em junho, foi inaugurada a área destinada ao Toy Story.

Um dos parques que ultimamente tem ganhado atenção é o Animal Kingdom, graças a uma área destinada inteiramente ao mundo de Pandora, do longa Avatar. Responsável pelos visitantes enfrentarem quase quatro horas de filas, o simulador Flight of Passage traz uma experiência única de voar a bordo de um banshee (criatura de Pandora). O parque ficou conhecido principalmente pelos safáris e contato com animais, mas também é onde se encontra uma das montanhas-russas mais conhecidas do complexo Disney, a Expedition Everest.

Com tantas atrações para visitar, o recomendado é separar um dia para cada parque. Existe a possibilidade de evitar preocupações com gastos dentro do complexo Disney, onde normalmente os preços são mais caros. “Os parques permitem que você leve comidas e bebidas. A alimentação, geralmente, é o maior custo durante uma viagem como essa. Também dá pra levar uma garrafa de água e a encher de graça. Boa parte dos itens que você vai comprar na viagem são mais baratos em supermercados como Walmart e Target, e são produtos oficiais da mesma maneira”, explica Nilson Junior.

Parques da Universal fazem sucesso entre os visitantes
Embora a expressão “viajar para a Disney” seja popular, é impossível visitar Orlando sem passar também pelos parques da Universal. São dois temáticos que têm atraído cada vez mais turistas: o Universal Studios e o Islands of Adventure. São indicados para os adultos que procuram adrenalina, mas abrigam igualmente o público infantil. Embora os dois estejam, literalmente, um ao lado do outro, são necessários ingressos diferentes para acessá-los. É recomendado tirar o dia para visitar cada um separadamente.

Ao entrar no Universal Studios, uma das primeiras imagens a ser vista é a da montanha-russa Hollywood Rip Ride Rockit, com subida inicial de 50 metros em um ângulo de 90 graus, onde é possível decidir qual música escutar durante todo o trajeto. O local é tão grande que se torna necessário andar com um mapa para não se perder. A partir do ponto de entrada da bilheteria, a possibilidade de mundos a serem visitados são gigantescas. O principal é o Beco Diagonal, da saga Harry Potter. O cenário é réplica do que foi lido nos livros e vistos nos filmes, onde é possível experimentar até mesmo a famosa cerveja amanteigada – a qual, apesar do nome, não é alcoólica. Ali se encontra o banco Gringotts, onde se esconde um dos simuladores do parque. Passado o universo do bruxo, os outros se mesclam: Simpsons, Transformers, Meu Malvado Favorito, Shrek etc.

No Islands of Adventure toda a saga continua, incluindo a de Harry Potter. O espaço abriga a vila de Hogsmead, onde os bruxos costumam passar os feriados, e o próprio castelo de Hogwarts, que conta com simulador de voo ao fim de seus corredores. Em janeiro foi inaugurado show de luzes projetadas no castelo, ao cair da noite.

É nesse parque que se encontra também uma das mais aclamadas e radicais montanhas-russas, a do Hulk. Existe área inteira dedicada aos heróis da Marvel, que conta com simulador do Homem Aranha e atração que simula queda-livre do Doutor Doom. Há também espaços temáticos de Jurassic Park, King Kong e, voltado para as crianças, Dr. Seuss.

ORGANIZAÇÃO É TUDO
Com tanta opção, fazer o planejamento da viagem requer atenção, mas não é um bicho de sete cabeças. “Não existe roteiro perfeito para todo mundo. Cada pessoa e cada viagem são diferentes umas das outras. Adapte as melhores dicas para os parques que você quer ver, os personagens e histórias que você gosta para nível de emoção que você está esperando das atrações, Não adianta pegar roteiro de outra pessoa, que foi perfeito para ela, e repetir à risca”, recomenda Nilson Junior.

“Tem gente que ama montanha-russa, tem quem se sente mal. Tem gente que adora passar dias e dias comprando nas farmácias, supermercados e outlets de Orlando, e outras famílias preferem curtir a piscina ou visitar os melhores restaurantes da cidade. A viagem vai ser perfeita se ela for personalizada para você”, complementa. No entanto, onde quer que você esteja em Orlando, chegar aos parques não é complicado. “Se você estiver em hotel, normalmente existem transfers. É possível alugar um carro ou, simplesmente, pedir Uber”, comenta o ex-funcionário da Disney.

Além dos famosos parques, Flórida tem atrações para diferentes públicos
Embora seja costume os viajantes se concentrarem mais nos parques da Disney e Universal, a Flórida oferece outras atrações. O Sea World, por exemplo, é também bastante visitado. O parque leva o nome da própria empresa, onde são apresentados shows com golfinhos, baleias e outros seres de vida marinha – o que, inclusive, é alvo de críticas de ativistas pelos direitos dos animais. Ainda no complexo, o parque Busch Gardens é o que comporta mais atrações radicais. São oito montanhas-russas, sendo sete de aço e uma de madeira. Ainda existem mais dois parques que valem a pena conferir. Um é o Legoland, voltado principalmente para o público infantil de 2 a 12 anos. Inaugurado em 2011, o parque fica a 40 minutos da cidade de Orlando, em Winter Heaven.

O segundo deles é da agência espacial norte-americana Nasa. Chamado Kennedy Space Center, foi construído ao redor de um dos centros de pesquisa do órgão. Seguindo mais a linha de um museu interativo, é possível conhecer foguetes reais e passear pelas centrais de controle das missões espaciais. “Tem para todo mundo e não é à toa que Orlando é o destino principal dos brasileiros”, comenta o ex-funcionário da Disney Nilson Junior.




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