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Homossexuais pedem que a Igreja assuma o 'risco da solidaridade'
Por Do Diário do Grande ABC
03/07/2000 | 11:52
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O católico laico-americano Frank De Bernardo lançou esta segunda-feira, em Roma, um apelo ao Vaticano para que a Igreja assuma ``o risco da solidaridade' em relaçao aos homossexuais, em uma conferência do World Gay Pride, dedicada à homossexualidade e à religiao.

Frank De Bernardo dirige a ``New Ways Ministry', organizaçao que luta há vinte anos nos Estados Unidos para promover ``a justiça e reconciliaçao entre católicos homossexuais e lésbicas com o resto da comunidade católica', e que foi condenada no ano passado pelo Vaticano.

De Bernardo enfatizou que a oposiçao do Vaticano à manifestaçao provocou um resultado oposto ao desejado silêncio.

O bispo francês Jacques Gaillot, a quem o Papa Joao Paulo II ``pessoalmente' proibiu que participasse esta segunda-feira da conferência sobre religiao e homossexualidade, afirmou o mesmo.

O bispo nao falou na conferência, mas concedeu inúmeras entrevistas à imprensa. ``Agradeço ao Papa. Ele criou a notícia. O obstáculo que ele colocou diante de mim permitiu ir muito além ao poder falar em favor dos homossexuais aos inúmeros meios de informaçao que me entrevistaram', declarou Gaillot.

Gaillot afirmou que achava muito ``justo' que o World Gay Pride fosse realizado em Roma.

``Os homossexuais se convidaram para o Jubileu para o qual nao foram convidados, foi uma bela oportunidade de se dar lugar a quem foi esquecido', acrescentou.

``É como em uma família, quando se arranja um lugar para o hóspede imprevisto', concluiu Gaillot.

Frank De Bernardo recordou, durante a conferência, a condenaçao por parte da congregaçao do Vaticano à doutrina da irma Jeannine Gramick e do padre Robert Nugent, fundadores da organizaçao New Ways Ministry.

De Bernardo reafirmou sua identidade católica e acusou o Vaticano de impor o ``silêncio' sobre o tema. ``O silêncio é causado pelo medo. Perguntamos ao Vaticano: do que vocês têm medo?', questionou De Bernardo.

Da mesma forma, convidou a todos os católicos homossexuais para que falem ``em voz alta' em relaçao a seus direitos, ``com coragem e evitando qualquer forma de violência'.

E citou uma Epístola de Sao Paulo aos efésios, lida em todas as igrejas do mundo: ``Vós sois estrangeiros. Mas vós sois cidadaos como os santos e membros da casa do Senhor'. ``Bem-vindos a Roma, sede da World Gay Pride', concluiu.




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