Economia Titulo Elevação
Alimentos devem subir 7% neste ano

Variação é inferior a registrada no ano passado, de 10,77%, mas causa mal-estar nos consumidores

Verônica Lima
Do Diário do Grande ABC
26/04/2008 | 07:01
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Desde o ano passado, o custo dos alimentos tem pesado muito no bolso dos consumidores do Grande ABC. Especialistas acreditam que até o final deste ano os preços dos alimentos vão continuar subindo. A previsão é que até o final de 2008 seja necessário desembolsar 7% para manter a mesa farta.

Segundo economistas, a variação deste ano é inferior a registrada no ano passado, de 10,77%, entretanto continua causando mal-estar nos consumidores.

Arroz e trigo - Atualmente, o quilo do arroz e dos produtos provenientes da farinha de trigo (pão francês, massas e biscoitos) são os itens que estão disputando a liderança na lista das maiores altas.

Segundo a pesquisa realizada pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) nesta semana o arroz subiu 1,12% na região e o pacote de cinco quilos está custando em média R$ 6,59. Em janeiro o cereal custava por volta de R$ 6,37. Ou seja de janeiro até hoje o produto encareceu 4,15%.

Para o técnico agrícola da Craisa Joel Diogo Guerra, o artigo deve chegar às prateleiras com uma variação ainda mais acentuada nas próximas semanas.

"A alta impressiona o setor porque a safra brasileira foi colhida recentemente, os estoques têm cerca de 80% de toda a produção nacional. No entanto, os rumores de que o governo impedirá a exportação com sobretaxas a fim de manter a oferta no mercado interno está encarecendo o artigo", comenta Guerra.

Já o pãozinho francês subiu de março de 2007 ao mesmo mês deste ano cerca de 20%. E de acordo com o presidente do conselho da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), Luiz Martins vem mais má notícia por aí.

Mais aumento - Até o final de abril, o pãozinho francês vai subir 12% e a previsão é de mais aumento até junho.

Os reajustes são reflexo do crescimento da demanda de países asiáticos e da quebra significativa da colheita da safra passada de grandes produtores.

"Isso fez com que as cotações internacionais do trigo atingissem os mais elevados patamares dos últimos vinte anos", explica Martins.

Para o presidente da Abima (Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias), Cláudio Zanão, os preços mundiais do trigo só começarão a frear com a entrar da safra brasileira e norte-americana, prevista para o segundo semestre.

Enquanto isso, a Abima e a Anib (Associação Nacional das Indústrias de Biscoito) afirmam que os valores das massas devem aumentar mais 15% no segundo trimestre e dos biscoitos entre 10% a 15% ao longo deste mês.

Nesta semana nas sete cidades a Craisa levantou que o preço do pacote de bolacha doce subiu 4,40%, do biscoito salgado 3,83% e do macarrão 0,97%. (Com agências)

Segundo Dieese, carga semanal caiu de 44 horas para 42

Um estudo feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) mostra que a jornada de trabalho semanal nas regiões metropolitanas do País caiu de 44 horas para 42 de 2002 para 2007.

A queda nessa média de horas foi influenciada principalmente pela diminuição da carga de trabalhadores independentes, empregados domésticos e dos que são contratados fora das leis trabalhistas. Já os trabalhadores empregados regularmente mantiveram a média de 43 horas semanais.

No entanto, no Estado de São Paulo, houve uma queda de 44 para 43 horas. Entre os setores analisados, o de serviços apresenta a menor carga, com 41 horas atuais. Em seguida vem a indústria, com 42 - ante as 43 de 2002 -, a construção civil, com 44, e o comércio, com 45.

Outra pesquisa do Dieese também aponta que a redução da jornada combinada com o controle de horas extras gerará dois milhões de empregos diretos.

Do Diário do Grande ABC




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