Na disputa com uma concorrente chinesa, a Prensas Schuler, de Diadema, venceu concorrência internacional para o fornecimento de quatro prensas mecânicas à unidade da General Motors de Gravataí (RS). Devido à atual conjuntura de dólar em baixa, a disputa foi difícil, mas a vitória, considerada importante pela direção da fabricante do Grande ABC. Isso porque a atual taxa cambial tem tirado competitividade da empresa na busca por novos contratos tanto no mercado interno quanto no exterior.

"Foi uma concorrência bastante dura para nós, já que o câmbio está desfavorável e tivemos de fazer um esforço grande (em relação a custos)", disse o diretor administrativo e financeiro da Schuler, Paulo Tonicelli. O executivo afirmou que um financiamento aprovado pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), de R$ 24 milhões – montante que corresponde a parte do valor da encomenda (o total do contrato não foi revelado) – ajudou a companhia da região.

Para Tonicelli, o apoio do BNDES, por meio da aprovação da linha de crédito, permitiu "equilibrar economicamente o projeto". O financiamento é da linha do Finame, do programa Modermaq (Modernização do Parque Industrial Nacional) e os repasses serão realizados pelo Banco do Brasil e Banco Votorantim. O banco do governo informou que também considera importante a vitória da empresa na disputa, para garantir a manutenção na liderança do setor de uma empresa cadastrada na Finame e que tem índice de nacionalização superior a 80%.

A linha que tem juros especiais, menores que a taxa do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), tem prazo de 15 meses para quitação. Não estão previstos pagamentos pela General Motors antes de julho de 2006. Por conta disso, a modalidade Finame Fabricante Produção se enquadrou nas necessidades da fabricante de máquinas. Isso porque o projeto se inicia agora mas a fabricação das prensas demora de 10 a 12 meses.

Controlada pelo grupo alemão Schuler AG e uma das grandes produtoras de equipamentos para conformação de metais na América do Sul, a Prensas Schuler exporta atualmente 80% de sua produção. No entanto, em função do dólar em queda na comparação com o real, a empresa enfrentou mais dificuldades para vencer concorrências no exterior. A expectativa da direção da empresa é ter volume menor exportado em 2006.