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Santo André vai rever gratuidade em ônibus
Diego Sartorato
Especial para o Diário
25/07/2006 | 07:48
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A Prefeitura de Santo André quer rever a gratuidade nos ônibus municipais. Segundo o Plano de Mobilidade, apresentado à Câmara, o benefício onera as empresas, e influi no preço da passagem.

Atualmente, 15,1% dos 4,6 milhões de passageiros que usam ônibus da cidade mensalmente são beneficiados pela gratuidade –- entre idosos, pensionistas, carteiros e PMs fardados. “Quem paga por esse benefício é o passageiro comum. Está incluso no custo da passagem. Por isso, faremos uma análise de qual o impacto dos passageiros que não pagam no preço da tarifa”, explica Edílson Factori, assistente de direção do Departamento de Trânsito da cidade.

Segundo Factori, isso não significa que o benefício será reduzido, mas ele não exclui essa alternativa. “Quem regula é a Câmara. Eles podem mudar as gratuidades. Mas existem outras opções para que os ônibus gastem menos, como mudança do combustível.”

Para Manoel Fernando Marques da Silva, diretor do Procon  de Santo André, não existe a possibilidade de os idosos perderem esse benefício. “A lei é federal, está no Estatuto do Idoso. Nenhuma lei municipal pode derrubar isso”, afirma. “Mas existe uma lei municipal em Santo André que cede o benefício para idosos a partir de 60 anos. O que pode acontecer é a Câmara aumentar a idade mínima da gratuidade para 65, como nas outras cidades”.

O Plano de Mobilidade também inclui a integração do ponto de ônibus da cidade Pirelli com a linha do trem. “Vamos entrar em contato com a CPTM (Companhia Metropolitana de Trens e Metrô) para ver essa possibilidade”, afirma Factori.

Também deve ser criada uma nova linha de ônibus entre os bairros Parque Miami e Parque Andreense, percurso que hoje passa por Mauá e Ribeirão Pires. “Ajuda também na integração da própria cidade.”

Ciclovias – Outra prioridade apontada pela lei é a criação de ciclovias na cidade. “Fizemos muitas pesquisas, e pela primeira vez tivemos idéia do impacto do uso de bicicletas em Santo André”, diz Factori.

Cerca de 560 ciclistas dividem espaço com carros durante os horários de pico da manhã (das 6h às 9h) e da tarde (das 16h às 19h) em vias movimentadas, como as avenidas dos Estados e Dom Pedro I e a rua Giovanni Battista Pirelli.

“Queremos construir uma rede de ciclovias que cruze a cidade, para reduzir a possibilidade de acidentes”, diz Factori. A principal ciclovia a ser construída será paralela à linha de trem que liga Mauá a São Caetano.

Para isso, a Prefeitura vai tentar pedir à CPTM que doe os terrenos necessários. Se não houver acordo, a alternativa será criar uma faixa exclusiva para ciclistas em algumas avenidas ou reforçar a sinalização nos locais por onde passam ciclistas.

Expansão viária –  O Plano de Mobilidade também inclui uma série de obras de expansão viária. Entre as mais críticas, segundo Factori, estão a construção da marginal do corrégo Oratório, o Viaduto Cassaquera, que interliga a avenida dos Estados com a Giovanni Battista Pirelli, e a complementação da marginal da avenida Lauro Gomes com a avenida Taióca.

“São 26 obras no total. Ainda não sabemos quanto tempo vai levar para começarem a ser feitas, nem quanto vamos gastar”, adianta Factori. A Prefeitura tem 3 anos para entregar os projetos das obras prontos, a partir da aprovação da lei pela Câmara, que está em recesso até agosto. (Supervisão de Lola Nicolás)



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