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Embraer deve anunciar aliança com mercado chinês
Do Diário do Grande ABC
23/10/1999 | 13:31
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A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) deverá anunciar na segunda-feira (25) seu aliado estratégico, num evento pela manha no Hotel Renaissance, em Sao Paulo. Apesar da empresa nao confirmar, há fortes indicativos de que um consórcio franco-britânico-suíço (Dassault e Aeroespaciale, British Aerospace e Saab) foi o escolhido, por apresentar melhor proposta para as pretensoes futuras da ex-estatal brasileira - que inclui um caça supersônico, abertura de novos mercados e jatos regionais maiores. Também será anunciado o início dos estudos para ingressar no mercado asiático.

A Embraer pretende fazer um alto investimento para conquistar o último grande nicho comercial ainda inexplorado, a China. O presidente da companhia, Maurício Botelho, admitiu que a aliança estratégica pretendida pela Embraer será fundamental na expansao das fronteiras comerciais.

A conquista deste novo mercado começará pela China, tida como o maior cliente potencial dos avioes brasileiros e com grandes possibilidades de expandir suas rotas de aviaçao regional nos próximos anos. "Estamos determinados a construir uma presença forte na Asia", comentou Botelho.

A açao sobre o mercado chinês passará por uma avaliaçao geral, que determinará os custos do investimento e as atividades a serem desenvolvidas na Asia. Essa operaçao será decidida em curto prazo, ainda no primeiro semestre do próximo ano.

Botelho afirmou que existe a possibilidade de se criar entre três a cinco anos uma estrutura de atendimento na China, com uma grande lojística de suporte. Um dos motivos disto é a pequena experiência dos chineses em linhas aéreas regionais e as possíveis dificuldades que serao encontradas. "A China por si só é um continente", afirmou.

Parceria - A parceria estratégica vem sendo pretendida deste a privatizaçao da companhia e várias empresas e grupos foram contatados desde 1997. Entre elas as prováveis vencedoras, as francesas Dassault e Aeroespaciale, a British Aerospace e a suíça Saab. Há quase um mês essas empresas já vinham se apresentam como sócias da Embraer dentro do mercado internacional de jatos regionais.

Botelho afastou a possibilidade da companhia ser vendida para algum grande grupo aeronáutico internacional e, com isso, perder sua autonomia, principalmente na área de projetos, e transformar-se numa simples montadora de avioes.

O presidente da Embraer revelou que o sócio estratégico terá no máximo 20% do capital ordinário da companhia, com direito a voto, que representará cerca de 9% do capital total da empresa. Porém, ficará sem participaçao no grupo de controle, que continuará sendo exercido pelos fundos de pensao Sistel e Previ e pelo banco Bozano,Simonsen.

A transferência do controle acionário da Embraer está totalmente descartada, até mesmo no futuro. "Nao há qualquer ameaça ao controle da empresa ", reforçou.

O dirigente também disse que o governo brasileiro tem acompanhado o desenrolar das negociaçoes com grande interesse, já que a Embraer é considerada estratégica. O mesmo vem sendo feito pelo Comando da Aeronáutica, detentor da Golden Share que lhe confere direito a interferir nos rumos da empresa.

Botelho afirmou que a empresa tem uma ótima saúde financeira, econômica e tecnológica e é forte o suficiente para nao se deixar ser dominada por uma associaçao. "Nao há prazo para se constituir essa parceria estratégica, mas ela é o caminho para a perpetuaçao da empresa", assegurou.

A direçao da empresa informou que o anúncio da aliança seria feito depois de estar totalmente definido o nível de parceria, as funçoes, compromissos futuros e as atividades, inclusive o estabelecimento de funçoes e de compromissos.

OMC - Os problemas enfrentados na Organizaçao Mundial do Comércio (OMC) com a empresa canadense Bombardier, segundo o diretor, sequer abalaram o interesse dos potenciais parceiros ou causou algum tipo de transtorno maior. A inclusao da Kawasaki , do Japao entre os parceiros de risco dos jatos ERJ-170 e 190 foi dirigida para facilitar o ingresso na China e criar uma proximidade comercial com os Países orientais, onde a marca tem uma grande aceitaçao.




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