Mauaenses nascidos em Mauá ou mauaenses que um dia, por acaso ou não, foram parar em Mauá e acabaram ficando. Foi assim que em menos de 100 anos, nos 62,6 km² de área que compreendem hoje o município – emancipado politicamente em 1953 –, os moradores da cidade presenciaram o pequeno e pacato povoado de pouco mais de 500 pessoas se transformar nos quase 400 mil habitantes de hoje. Mesmo com a mudança, cada mauaense estabeleceu vínculos sociais com a cidade. É para mostrar o que são esses vínculos que o Museu Barão de Mauá inaugura, na quarta-feira, a mostra Museu de cada um – produto não perecível, que pode ser vista até 28 de fevereiro.

Os vínculos serão apresentados ao público na forma de objetos emprestados por diversas entidades do município, entre elas igrejas, as escolas Viscondão e Viscondinho (apelidos que resistem há várias gerações), o Lions Clube e o Rotary Clube de Mauá. A lista inclui, por exemplo, a imagem da padroeira de Mauá, Imaculada Conceição (que dá nome à Matriz), camisetas, troféus e medalhas das principais agremiações esportivas da década de 70, o Independente Futebol Clube e a Associação Atlética Industrial.

Segundo Elzir Saracino, museóloga e uma das responsáveis pela mostra, a idéia é expor a memória coletiva de Mauá. "Estas imagens servirão para fazer o visitante se deparar com seu museu particular, que são suas próprias lembranças. Os objetos servirão apenas para motivá-los a isso".

A mostra contará também com uma série de reportagens publicadas pelo Diário entre os 1973 e 1982, que enfocaram bairros de Mauá. O trabalho contou com a colaboração do jornalista Ademir Medici, colunista do caderno Setecidades. Um dos destaques é a exposição de fotografias da época acompanhadas por novas versões, captadas por Wilson Magão, editor de Fotografia do Diário.