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Pagar à vista e com desconto é melhor opção, diz analista
Por Fernando Bortolin
Do Diário do Grande ABC
11/01/2006 | 08:35
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Chegou a hora de encarar de frente a agenda de gastos do início de ano. E ela traz grandes preocupações, avalia o economista e professor do Imes (Instituto Municipal de Ensino Superior), Francisco Funcia. “Para quem organizou as finanças, deixando sobras do 13º salário ou resgates de investimentos já programados, a transição do IPVA, IPTU e dos gastos escolares será bem mais fácil”, destaca ele, ao apontar que o ideal é pagar tais dispêndios à vista.

No caso do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), o consumidor que optar pelo pagamento à vista tem desconto de 3,5% – mas se o fizer até o dia 20 deste mês, pois após esta data a opção é sem o desconto. Já no IPTU (Imposto sobre Propriedade Territorial e Urbana), cada município do Grande ABC tem suas próprias regras para a concessão dos descontos, mas em média, oscilam entre 5% e 10% do valor total pago à vista.

Conforme publicado pelo Diário ao longo das últimas semanas, bancos e redes de varejo estão possibilitando ao consumidor o financiamento do material escolar, IPTU e IPVA. A pergunta é se vale à pena. Neste caso, Funcia faz um alerta. “Só vale lançar mão dessas alternativas em último caso. Sou contra o financiamento bancário para suprir o orçamento doméstico para esses compromissos”, diz.

E ele tem razão. Há bancos financiando o IPVA a taxas entre 4,25% e 6,96% ao mês. Na ponta do lápis, isso representa um custo adicional entre 64,78% e 124,21% ao ano. “Para vencer uma barreira de curto prazo, o consumidor acaba comprometendo 20% a 30% do seu orçamento pelo resto do ano”, atesta o economista.

Dicas – Em ordem de prioridade, Funcia destaca que o consumidor deve avaliar a possibilidade de saldar seus compromissos financeiros à vista. “Se essa opção não for possível, parta para o parcelamento dos débitos”, diz. Na hipótese do consumidor estar endividado junto ao cheque especial, a dica, aqui sim, é partir para o financiamento desse passivo via crédito pessoal.

Mas cabe outro alerta: os juros cobrados variam para cada banco e uma boa taxa depende também do grau de relacionamento do cliente. “No crédito pessoal, o juro cobrado é bem menor que o do cheque especial”, diz Funcia. Levantamento feito pela Fundação Procon-SP mostra isso. Na Nossa Caixa, banco com o menor patamar de juros apurado pela Fundação neste ano, são cobrados 4,97% no crédito pessoal ante 8,47% no cheque especial, uma diferença de 3,5 pontos percentuais. “Esse é um caso onde vale a pena buscar um empréstimo pessoal para sair do especial porque o juro é menor”, recomenda.

Numa simulação de crédito pessoal na faixa de R$ 5 mil junto ao site da Nossa Caixa, o cliente pagaria R$ 365,28 por um financiamento de 24 meses, totalizando R$ 8.766,72.




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