Economia Titulo Após fim da greve
Na volta ao trabalho, Correios têm filas

Em Santo André, espera para retirada de encomendas durou em média 40 minutos

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
23/09/2020 | 00:03
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Nario Barbosa/DGABC


No primeiro dia de retorno ao trabalho após o fim da greve, determinado na segunda-feira pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), moradores do Grande ABC formaram filas em agências dos Correios na tentativa de retirar mercadorias que deixaram de ser entregues em virtude da paralisação. Na região, cerca de 80% dos 1.200 profissionais cruzaram os braços por 35 dias.

A unidade da Praça Quarto Centenário, no Centro de Santo André, registrava espera de 40 minutos, em média, para conseguir ter acesso aos objetos retidos. O motorista de funerária Cláudio Paiva, 44 anos, já havia tentado retirar sua mercadoria, um sistema para automatizar a abertura de portão, na sexta-feira. “Não consegui porque tinha que emitir uma autorização para retirada, mesmo a encomenda estando em meu nome. Também precisei do número de rastreamento”, contou. “Ainda bem que, apesar da fila, consegui retirá-lo hoje (ontem).”


A advogada Aline Regly, 26, recebeu no fim de semana um tênis que comprou no fim de agosto. “O porteiro do meu prédio disse que quem entregou foi um carteiro aposentado. Os Correios fizeram um mutirão para a entrega, e mesmo assim demorou quase um mês para chegar”, disse. “Mas, quando calcei, ele ficou grande no meu pé. Então vim aqui hoje (ontem) para solicitar a troca.” Segundo Aline, outras duas compras levaram quase o mesmo prazo para chegar, sendo que, em período normal, sem a paralisação, seriam necessários cinco dias úteis. “Um dos aniversários para o qual comprei presente pela internet foi em 1º de setembro, e o presente chegou no domingo, dia 20”, revelou.

DISSÍDIO COLETIVO

O TST determinou aumento de 2,6% – ante pleito de 5% da categoria –, a manutenção de 29 das 79 cláusulas do acordo coletivo anterior e multa de R$ 100 mil por dia aos sindicatos caso os funcionários não retomassem as atividades ontem. Segundo os Correios, 92,7% dos empregados estavam trabalhando normalmente.

“O TST tirou direitos dos trabalhadores estabelecidos há mais de 30 anos e aplicou a reforma trabalhista. Mas a categoria fez uma linda luta durante a greve. E o que foi estabelecido pelo tribunal, mesmo assim, ficou melhor do que a proposta da empresa”, disse José Luiz de Oliveira, diretor regional do Sintect-SP (sindicato dos empregados dos Correios). Ele citou que os Correios não queriam dar reajuste e, quanto ao plano de saúde, sugeriram deixar o benefício na condicional, para ser facultativa a concessão. Mas o TST determinou a obrigação. O mesmo ocorreu com o vale-alimentação. 




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