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Coronavírus é mais letal do que a H1N1

Dados da OMS e especialista revelam a grande mortalidade relacionada à Covid-19

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
26/03/2020 | 00:01
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Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) e de outros órgãos internacionais apontam que o novo coronavírus matou, até o fechamento desta edição, 20.912 pessoas pelo mundo, em três meses desde o registro do primeiro óbito – são 463.387 casos confirmados, sendo 328.673 ativos e 113.802 recuperados. Assim, a doença já ultrapassou os números da pandemia do H1N1 (Influenza A), que ocorreu de abril de 2009 a agosto de 2010 e vitimou 18.449 em todo planeta (2.160 apenas no Brasil). Em 2019, mesmo já fazendo parte da composição da vacina da gripe, o H1N1 ainda matou 796 no País.

De acordo com o infectologista e professor do curso de medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Fabio Leal, comparar Covid-19 e H1N1 não é simples. “Existem vários fatores que devem ser levados em consideração. Mas o mais importante a considerar é que o coronavírus se propaga e se transmite com mais facilidade do que o vírus da Influenza, da gripe, e tem, aparentemente, taxa de mortalidade um pouco mais alta. Como infecta número maior de pessoas pela facilidade de transmissão, o número absoluto de mortes vai ser significativamente maior. Então não vai ser nenhuma surpresa que isso aconteça”, disse o especialista.

Segundo Fabio Leal, os dados até aqui comprovam “que o novo coronavírus é mais letal” do que a H1N1. “Os números mostram que uma porcentagem maior dos pacientes morre. As estimativas é que pode variar de um pouco menos de 1% até 8% em alguns locais, enquanto a Influenza tem taxa aproximada de 0,1% de mortalidade.”

O médico e infectologista afirmou que, enquanto não há cura para o novo coronavírus, só existem dois métodos eficazes. “Para se mudar este cenário, infelizmente, as ferramentas que temos hoje são o distanciamento social, o isolamento, e a testagem precoce para fazer o bloqueio de novos focos de transmissão. Enquanto isso, existem diversos laboratórios e muitos governos trabalhando em cima de desenvolvimento de vacina e definição de eficácia de medicação existente ou nova medicação que possa tratar a doença e diminuir a mortalidade”, disse.

Fabio Leal preferiu deixar uma resposta ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para “esferas políticas responsáveis”, mas reafirmou o compromisso da classe. “Nós, profissionais médicos e técnicos da área, estamos nos concentrando e esforçando para conter essa epidemia e diminuir o quanto for possível o sofrimento da população, o número de mortes, com as medidas comprovadamente eficazes por estudos científicos.” 




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