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Traficante confirma ligaçao de Beira-Mar com narcotráfico
Do Diário do Grande ABC
04/12/1999 | 13:53
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Piloto de aviao e integrante de uma quadrilha de traficantes de drogas, César Nunes revelou neste sábado ao sub-relator da CPI do narcotráfico, deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), a efetiva vinculaçao de Fernandinho Beira-Mar com um dos seus subordinados, o principal traficante gaúcho Nei Machado. Beira-Mar e Machado, segundo, Nunes, estao atualmente traficando drogas no Paraguai. Nunes também falou sobre outro importante traficante, um gaúcho, de nome nao revelado, que controla o tráfico de cocaína no Paraná.

O traficante também contou que Fernandinho e Nei estao escondidos na cidade paraguaia de Capitao Bado, onde sao protegidos por policiais dos dois países, nos dois lados da fronteira (com a brasileira cidade de Coronel Sapucaí). ``Lá nao acontece nada porque toda a polícia está envolvida', disse Pompeo.

As revelaçoes foram feitas durante conversa de 45 minutos entre ambos, no Presídio Central de Porto Alegre, retransmitidas depois à imprensa pelo parlamentar, que realizou uma diligência em Porto Alegre. Quatro advogados de César apareceram na penitenciária para acompanhar o depoimento reservado.

César cumpre pena de prisao por tráfico de cocaína. Outras informaçoes, que interessam e fortalecem intençao de criaçao de uma CPI do narcotráfico na Assembléia Legislativa gaúcha, segundo Pompeo, foi a revelaçao do piloto do ``envolvimento de policiais civis e militares' de Passo Fundo e outras cidades, nas atividades do narcotráfico no Rio Grande do Sul. A açao dos traficantes inclui também cidades como Caxias do Sul e Venâncio Aires.

O envolvimento de policiais facilitou a vinda clandestina de Nei Machado ao Rio Grande do Sul, mesmo após o decreto de sua prisao. ``Ele veio várias vezes à Passo Fundo porque ali tem apoio da polícia', contou o parlamentar pedetista.

O piloto confirmou a identificaçao de 17 de uma lista de 19 nomes apresentados pelo deputado Pompeo de Mattos e que estao envolvidos no tráfico de drogas.

Tumulto - A reuniao do deputado com o preso quase nao aconteceu porque antes houve um princípio de tumulto no Presídio Central, na briga de dois grupos, sem relaçao com o depoimento do traficante.

Um dos presidiários, Valdecir Brum, ficou ferido com um tiro no pé desferido por arma artesanal de detento do grupo rival. A Brigada Militar controlou depois o tumulto.




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