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'Estou aqui para promover
a justiça', diz Joe Jackson
Ângela Côrrea
Do Diário do Grande ABC
06/12/2010 | 07:00
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Joe Jackson desembarcou no Brasil na noite de sexta-feira pela segunda vez em pouco menos de uma semana. À primeira vista, impressionam a vitalidade de seus 82 anos e a capacidade de tratar de temas espinhosos sem alterar o tom de voz, quase sempre inaudível.

Entre diálogos no Aeroporto Internacional de Guarulhos e no hotel em que se hospedou, Joe falou com exclusividade ao Diário. Como em todas as entrevistas que deu na primeira fase de divulgação do livro O que Realmente Aconteceu a Michael Jackson?, o patriarca diz estar aqui para promover justiça ao filho mais famoso, morto por uma overdose de analgésicos há cerca de um ano e meio. Em meio à alegada cruzada pela verdade, coube na agenda até um passeio à Ilha de Caras.

As 18 horas de viagem desde Los Angeles - incluindo conexão em Miami - não tiraram o humor de Joseph, como exigia ser chamado pelos filhos logo no início dos Jackson Five. No desembarque, recebeu até beijos dos mais afoitos, único momento em que ficou desconcertado. Depois, um desentendimento com a assistente, Yukiko Kanda, fez com que ficasse emburrado por alguns minutos, mas nada que atrapalhasse seu discurso.

"Estou contando com os fãs ao redor do mundo para denunciarmos essa conspiração. Michael disse à sua mãe: ‘eles vão me matar por causa dos meus direitos autorais'. É por isso que estou aqui", repetiu, arrumando seus anéis dourados.

No hotel, depois de um rápido cochilo, explicou que a mulher, Katherine, apóia o conteúdo do livro, escrito pelo produtor Leonard Rowe. "É claro que ela acredita nisso. Ou eu não estaria aqui", frisou. O casal continua oficialmente junto apesar da boataria de que ela tivesse entrado com o pedido de separação em agosto.

Os filhos do Rei do Pop, Paris, 12 anos, Prince, 13, e Blanket, 8, seguem sob a guarda da avó. Questionado se planejava educar o trio da mesma maneira que o fez com o pai deles, Joe preferiu comentar as inclinações artísticas das crianças. "Paris quer ser atriz, Prince quer ser jogador de futebol. E Blanket é outro Michael. Não é que eu acho. Eu sei disso", enfatizou. "Ele tem as mesmas qualidades que o pai tinha quando era pequeno. Já temos o Michael da nova geração: é o seu filho", garantiu.

Ao comentar a educação rígida que conferiu a seus meninos, Joe confirmou apenas ter dado "palmadas quando eles faziam algo errado". E completou: "Michael nunca foi espancado como a imprensa insistiu", dividindo o peso da polêmica com Katherine. "Michael ficava com a mãe em casa e ela dava palmadas nele o tempo todo. Mas ele nunca contou nada sobre ela. Era sempre sobre mim", desabafou.

A temporada brasileira - que foi interrompida na semana por problemas pessoais que Jackson teve de resolver nos Estados Unidos - termina no dia 14, mesma data de lançamento do primeiro álbum póstumo de MJ, intitulado apenas Michael. Embora não tenha ouvido o trabalho, Joe não se empolga. "Soube pelos fãs que não é apenas a voz de Michael, misturaram a de outras pessoas. Aparentemente usaram o nome de Michael para promover o álbum. Os fãs, que geralmente estão certos, não gostaram. Sei que Katherine também não gostou. Então, não vou nem ouvir", avisa.

Brasil deve ter braço da Jackson Family

Segundo Joe Jackson, parte da arrecadação do livro O que Realmente Aconteceu com Michael Jackson? será revertida para a Fundação Jackson Family, que, segundo explicou, não tem muitas restrições quanto ao foco de suas atividades. "Quando nós falamos em Família Jackson, isso inclui a todos. O investimento vai para quem quer que precise dele", respondeu, evasivo.

Para explicar o retorno ao Brasil nesta temporada (veio outras duas vezes nos anos 1970, auge dos Jackson Five) afirmou também ter interesse em estabelecer aqui um braço da fundação. "Também estou aqui para isso", explicou, sorrindo.

Representante no País ele já tem: o empresário Rosimiro Amancio, um dos responsáveis pela publicação do livro no Brasil. "O Brasil tem muitas prioridades, ligadas à educação e à formação artística", afirmou Amancio, que também deve dirigir a fundação aqui.

Mas os prazos para um efetivo início dessas atividades ainda não estão definidos. O que já se sabe é que os responsáveis observam possíveis parceiros - o que inclui a ONG Delta, de São Bernardo. Fundado pelo empresário Daniel Almeida, o grupo presta serviço de assistência a dependentes químicos.

Aqui no Brasil a fundação também deve desenvolver trabalhos comandados pela própria assistente pessoal de Joe, Yukiko Kanda. "Nosso foco principal é trabalhar com dança, música e outros movimentos artísticos. Ou seja: tudo aquilo que Michael amava", resume. Nos Estados Unidos, a movimentação gira em torno da criação de um museu dedicado ao ídolo, a ser instalado em Gary, cidadezinha no estado de Indiana, onde MJ nasceu.




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