O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados votará nesta quinta, às 10h30, o parecer do relator Pedro Canedo (PP-GO) que recomenda a cassação do deputado federal Professor Luizinho (PT-SP), de Santo André, acusado pelas CPIs dos Correios e do Mensalão de receber R$ 20 mil do esquema de Marcos Valério por meio de seu assessor, Nilson dos Santos. Canedo leu o relatório dia 19, mas as deputadas Ângela Guadagnin (PT-SP) e Neyde Aparecida (PT-GO) pediram vista do documento e a votação foi adiada por duas sessões.

A votação foi marcada inicialmente para esta quarta, antecipada para esta terça e novamente adiada para esta quinta. A troca de datas beneficiou Luizinho porque o plenário da Câmara seguirá a mesma ordem do Conselho de Ética. Quem passa primeiro pelo crivo dos conselheiros é julgado primeiro pelo conjunto dos 513 deputados, respeitado o prazo de cinco sessões entre uma e outra apreciação. Nenhum dos cassáveis analisados desde o início do ano quer ser o primeiro a enfrentar o plenário, que pode exigir a cassação simplesmente porque sofre forte pressão da opinião pública após ter inocentado Romeu Queiroz (PTB-MG) em dezembro. Todos foram beneficiados com pedido de vista.

A calendário inicial do Conselho de Ética empurraria Luizinho para o segundo lugar da fila, logo depois de Wanderval Santos (PL-SP), cuja cassação foi recomendada pelo Conselho no último dia 17 de dezembro. Roberto Brandt (PFL-MG) que também enfrenta relatório pela cassação, será julgado nesta quarta pela manhã no Conselho. Luizinho entra na fila apenas nesta quinta, seguido pelo presidente do PP, Pedro Corrêa (PP-PE), outro considerado cassável pelo relator.

O presidente do PT de Santo André, vereador Cláudio Malatesta, disse nesta terça que o caso Luizinho certamente será ponto de pauta da reunião do diretório municipal, marcada para o próximo sábado. Segundo Malatesta, Luizinho tem se mostrado confiante na possibilidade de ser absolvido pelo plenário. “Ele está bastante animado. Não está abatido e tem convicção de que vai dar tudo certo.” Luizinho acreditava que Canedo pediria pena mais branda e ficou surpreso com o conteúdo do relatório, pela cassação.