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Comerciante do Demarchi é executado em bar
Paula Nunes
Do Diário do Grande ABC
27/06/2006 | 07:58
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O comerciante Nivaldo Gasparotto, 57 anos, foi executado com um tiro na cabeça uma hora depois de a Seleção Brasileira vencer o Japão por 4 a 1, na quinta-feira passada. O autor do disparo ficou esperando durante toda a partida de futebol pela chegada da vítima no bar, que fica em um terreno de propriedade de Nivaldo, no bairro Demarchi em São Bernardo. O assassino atirou e fugiu.

Nivaldo estava envolvido numa disputa judicial pela posse – por uso capião – de 73.776,56 m² de um terreno com área total de 87.742 m² e morreu justamente na área pela qual lutava nos tribunais havia 10 anos. Neste espaço, o comerciante havia instalado uma série de negócios: três oficinas, um restaurante, dois bares, um posto de abastecimento de óleo diesel e uma empresa de transportes. No final de abril, quando uma ordem judicial exigia a reintegração de posse do terreno, 1,5 mil pessoas que viviam no entorno da propriedade do comerciante foram desalojadas de seus barracos e culpavam Nivaldo por terem sido expulsos de suas casas.

O ressentimento pelo suposto favorecimento do comerciante na disputa pela posse da terra é apontado, pelas pessoas mais próximas de Nivaldo, como um dos motivos mais prováveis de seu assassinato. Como era uma pessoa bastante reservada, filhos e parentes afirmam desconhecer o funcionamento de seus negócios, mas não eliminam a teoria de que Nivaldo poderia ter outros, além dos que ficam instalados no terreno.

Com medo de serem novas vítimas, os familiares se reservam. Contam que Nivaldo estava um tanto abatido uns dias antes de sua morte, mas acreditavam que o problema era de ordem familiar, entre o comerciante e sua esposa, com quem foi casado por 30 anos. No dia em que foi assassinado, assistiu ao jogo ao lado da mulher, em casa, e só depois foi até um dos bares que funcionam em seu terreno. Conversou com o irmão e com o filho, até seguir em direção ao seu carro, um Jeep Toyota que acabara de sair da oficina.

Quando o comerciante entrou em seu carro, foi abordado pelo assassino que o chamou pelo nome. Saiu do veículo e foi atingido por um tiro, direto na cabeça. Houve ainda mais dois disparos que não atingiram a vítima. Ao ouvirem os tiros, as cerca de 15 pessoas que estavam no bar correram para ver o que estava acontecendo e, numa tentativa frustrada de frear a fuga do assassino, lançaram uma cadeira de metal contra o carro, que sumiu sem deixar pistas.



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