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Juros ao consumidor sobem após quatro quedas consecutivas
Por Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
10/12/2010 | 07:00
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A taxa média de juros das operações de crédito para os consumidores subiu em novembro, depois de quatro quedas mensais consecutivas. E a tendência é que a elevação continue nos próximos meses, avalia relatório da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Para a entidade, as previsões para os próximos meses apresentadas antes do anúncio das medidas do Banco Central no começo do mês foram contrariadas. Agora a expectativa é que os juros continuem subindo.

O custo médio do crédito para as famílias passou de 6,69%, registrado em outubro, para 6,74%. E desta vez o cartão de crédito apresentou destaque, tendo em vista que foi a única modalidade que não contribuiu para o aumento. A taxa média do plástico ficou estável pelo nono mês consecutivo em 10,69%. Mas a calmaria para por aí, tendo em vista que esta é a alíquota mais cara do mercado nacional para as famílias. No acumulado do ano até novembro, os juros da modalidade atingiram 205,5%.

PANAMERICANO - O coordenador das pesquisas de juros da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, explicou que os juros para o consumidor subiram porque o mercado financeiro passou por nervosismo em novembro. "Basicamente a questão foi o Banco PanAmericano. O mercado estava desconfiado de que a situação da instituição financeira pudesse atingir os bancos pequenos", explicou. No mês passado, o banco recebeu aporte de R$ 2,5 bilhões do principal acionista, o empresário e apresentador Silvio Santos. A manobra ocorreu para cobrir rombo nas contas do banco descoberto pelo BC.

A desconfiança do mercado financeiro proporcionou alta nos juros futuros, que refletem na ponta, ou seja, elevação nos juros do crédito ao consumidor.

FUTURO - Oliveira disse que as medidas tomadas pelo BC no começo do mês, de aumentar os depósitos compulsórios, também devem resultar em elevação, nos próximos meses, dos juros às famílias. "Agora o BC vai aguardar os resultados da medida para ver se é necessário nova alta na Selic", avaliou o especialista, que espera engorda na taxa básica de juros na segunda reunião de 2011 do Copom (Comitê de Política Monetária do BC).

SELIC - A decisão do Copom na reunião da quarta-feira, última sob o comando de Henrique Meirelles, foi de manutenção da taxa. Mas novas expansões podem ser necessárias para conter as pressões inflacionárias, tendo em vista que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) variou positivamente 0,83% em novembro, maior resultado dos últimos cinco anos. A Selic é um dos mecanismos do BC para conter a inflação, pois tende a encarecer o crédito e resfriar a demanda das famílias.

MODALIDADES - Os empréstimos pessoais das financeiras passaram de 9,48% para 9,54% ao mês. A mesma modalidade, porém com os bancos como credores, passou de 4,67% para 4,71%. Segundo a pesquisa da Anefac, os juros do comércio (5,59%), cheque especial (7,59%) e CDC (Crédito Direto ao Consumidor) dos bancos (2,31%) também subiram, respectivamente, 0,04, 0,05 e 0,02 ponto percentual.




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