Com um total de 10 prêmios, o Brasil foi o grande vencedor do 28º Festival do Novo Cinema Latino-americano de Havana, anunciou o júri nesta sexta-feira, último dia da mostra. "O Céu de Suely", de Karim Aïnouz, ganhou por unanimidade o Prêmio Coral de melhor longa-metragem de ficção - o principal da mostra -, bem como o de melhor atriz para Hermila Guedes.

No filme de 88 minutos, selecionado para os festivais de Veneza e Toronto, Aïnouz conta a história da jovem Hermila, que decide voltar de São Paulo para a casa da família, no interior do Ceará, com o pequeno Mateus nos braços. Enquanto espera a chegada do esposo, que não vem, ela organiza uma rifa na qual vende o próprio corpo.

Ainda na categoria de longas-metragens de ficção, "Os 12 Trabalhos", de Ricardo Elias, levou o Terceiro Prêmio Coral, e "É Proibido Proibir", de Jorge Duran, o Prêmio Especial do Júri.

Na de Melhor Música, o vencedor foi o brasileiro "O Maior Amor do Mundo" para Chico Buarque, enquanto "Antonia" ganhou o prêmio de Melhor Trilha Sonora para Joan Gogoud e Eduardo Santos.

Entre os documentários, mais dois filmes brasileiros saíram consagrados de Havana: "O Fim e o Princípio", de Eduardo Coutinho, que recebeu o Prêmio Especial do Júri, e "Dos Restos e das Solidões", de Petrus Carirg, que ganhou uma menção especial.

Outros dois brasileiros foram premiados na categoria filme de animação: "Os Três Porquinhos", de Claudio Roberto Guimarães, que recebeu o Terceiro Prêmio Coral, e "Deu no Jornal", de Yanko del Pino, que faturou a menção especial.

Com a premiação, o Brasil confirmou o favoritismo na mostra cubana, seguido de Argentina (7 filmes premiados) e Cuba (6).

O festival, inaugurado no último 5 de dezembro, exibiu durante 10 dias 468 filmes, 105 só na mostra competitiva.

"El laberinto del fauno", filme hispano-mexicano-americano, dirigido por Guillermo del Toro e que se passa na Espanha franquista, inaugurou a mostra, enquanto "Volver", novo filme de Pedro Almodóvar e prêmio de melhor roteiro do Festival de Cannes, encerrará o evento.