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Seis decretos de corte dão tom da posse de Paulo Serra

Estudo aponta pacote de medidas de austeridade logo no primeiro dia útil do tucano, prefeito eleito de Santo André

Por Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
06/12/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Estudo elaborado pela equipe do prefeito eleito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), designou seis decretos administrativos logo para o primeiro dia útil de governo do tucano, em 2017. Todas essas medidas envolvem o denominado choque de gestão, prometido durante a campanha eleitoral, diante dos graves problemas nas contas públicas do Paço, acentuados com a queda de arrecadação municipal e crise econômica no País. A gestão do atual chefe do Executivo, Carlos Grana (PT), deve deixar deficit financeiro da ordem de R$ 300 milhões, o que ainda não é confirmado pela administração petista.

As ações têm como objetivo reduzir custos da máquina e minimizar os impactos da crise. O primeiro procedimento concentra as nomeações e reduz em 40% os cargos comissionados. Atualmente, há 484 postos de confiança. O segundo ponto centraliza o caixa, na chamada fonte um, evitando, por exemplo, pagar as contas em dia. O terceiro aspecto controla as despesas de pessoal, seguido pela criação de grupo de trabalho para verificar os débitos e créditos da Prefeitura, como atuação da dívida ativa. Outro módulo prevê a reavaliação e renegociação de contratos. O último, nesta fase inicial, cita a implantação de recadastramento anual de servidores e pensionistas.

Esses primeiros seis decretos devem anteceder outros quatro na segunda quinzena de janeiro, que tendem a ser publicados depois da formalização da execução orçamentária. Paulo Serra alegou que as medidas visam implementar “lógica de gestão financeira austera frente à situação extremamente crítica” no âmbito econômico. “(Crise no caixa) É mais grave do que a do País. A Prefeitura é deficitária mês a mês. O choque de gestão tem a lógica retomar seu funcionamento. Com essa proposta, o Paço voltará a pagar em dia, alinhando as contas nos primeiros 100 dias. Essa é a meta”, disse, ao completar que operação também possui conceito de “melhorar a arrecadação, sem aumentar imposto”.

O pacote de decretos, somados a outras medidas como corte de carros oficiais e de telefones celulares corporativos, estima redução de gastos entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões – o relatório ainda não está fechado. “Vamos herdar a maior dívida da história de Santo André”, pontuou Paulo. Com a renegociação das dívidas com fornecedores, o tucano deve parcelar o passivo com as empresas. Em diversos casos, os débitos variam entre seis e oito meses de atraso de pagamento. “O (José) Serra (PSDB), então prefeito de São Paulo (ex-governador paulista e hoje ministro das Relações Exteriores), renegociou e parcelou em sete anos (a dívida). No entanto, ele conseguiu quitar em cerca de um ano e meio, fazendo novo fluxo de caixa.”

Grana colocou em vigência decretos com série de medidas de aperto nos cintos em junho, mas desde então não expôs números. Questionada ontem, a Prefeitura afirmou que não iria se posicionar a respeito. Entre os procedimentos mencionados pela gestão petista estabelecia redução de 25% dos contratos. As áreas tinham, por exemplo, 30 dias, a partir da publicação do decreto, para fazer o enxugamento. Outra questão era de corte de horas extras. Apenas neste caso, a meta era de diminuir de R$ 1 milhão/mês.  




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