"E agora que o mundo se interessa pelo país, isso ocorre menos para ajudá-lo do que para saciar um desejo de vingança", disse o diretor ao receber a distinção das mãos do diretor-geral da Unesco, Koichiro Matsuura, "por sua obra cinematográfica e seu compromisso a favor das mulheres afegãs".

"Prometo a todos os meus amigos afegãos que, assim que o país for libertado, vou contruir na cidade de Qandahar uma escola que levará o nome de Fellini", disse o diretor.

"Qandahar" acompanha a perigosa viagem de Nafas, uma jornalista afegã refugiada no Canadá que tenta voltar para o Afeganistão para se encontrar com a irmã, que prometeu se suicidar no dia do último eclipse do século XX.

Apresentado no último Festival de Cannes, onde obteve o prêmio do júri ecumênico, o filme mostra a condição das mulheres afegãs, a falta de esperança dos refugiados, das vítimas das minas e de uma população miserável dizimada pela guerra civil.