Mais de 60 pessoas morreram e outras 130 ficaram feridas nesta terça-feira na explosão de um caminhão-bomba perto de uma mesquita xiita em Bagdá, no atentado mais violento dos últimos meses na capital.

Neste mesmo dia, quase 10 mil soldados americanos e iraquianos lançaram uma mega-operação contra a rede terrorista Al-Qaeda em Diyala, norte de Bagdá, onde milhares de pessoas morreram por ataques dos rebeldes no último ano.

Segundo fontes do ministério do Interior e da Defesa, o caminhão-bomba carregado de explosivos se encontrava em um estacionamento perto da mesquita da Al-Khalani, no bairro central de Sinak, e explodiu por volta das 14h (07h de Brasília). A mesquita foi seriamente atingida pelo desabamento de várias de suas paredes e as janelas dos prédios vizinhos também tiveram os vidros quebrados. Uma ponte sobre o rio Tigre que leva ao bairro foi fechada ao tráfego.

A forte explosão provocou uma espessa nuvem de fumaça e uma cratera de três metros de profundidade e seis de diâmetro. Várias lojas e dezenas de carros também foram atingidos pela onda explosiva. Um grupo de mulheres gritava de dor perto da mesquita e outras pessoas afirmavam que os autores do atentado foram os mesmos que atacaram em Samarra, semana passada.

O primeiro-ministro Nuri al-Maliki, um xiita, atribuiu o atentado aos “takfiri”, extremistas sunitas. “Os conspiradores takfiri violaram o caráter sagrado da casa de Deus e espalharam o sangue de inocentes”, lamentou.

Este atentado acontece poucos dias depois da suspensão do toque de recolher total imposto na capital iraquiana depois da destruição, na quarta-feira passada, de dois minaretes do mausoléu xiita de Samarra, cidade situada ao norte da capital. A destruição da cúpula desse mesmo templo em um atentado em fevereiro de 2006 iniciou uma onda de violência sectária no país.

Ofensiva - Mesquitas sunitas no sul também foram alvo de ataques, aparentemente em represálias ao atentado de Samarra. O atentado de hoje coincide também com a maior ofensiva militar já lançada contra a al-Qaeda em na região norte de Bagdá.

Segundo o exército americano, a operação batizada de “Arrowhead Ripper” se concentra em Baaquba, capital da província de Diyala, reduto da Al-Qaeda. “Cerca de 10 mil soldados, apoiados por helicópteros de combate e blindados, participam na operação, que faz parte de um esforço de grande envergadura para eliminar os terroristas da Al-Qaeeda que operam na região”, afirma um comunicado oficial.

“Helicópteros de combate e tropas terrestres iniciaram as operações ao amanhecer e mataram 22 combatentes hostis às forças iraquianas em Baaquba e seus arredores”, acrescenta o texto.

“O objetivo final é destruir a Al Qaeda na província e eliminar essa ameaça contra a população”, informou o general-de-brigada Mick Bednarek.

Também nesta terça-feira, 15 pessoas morreram em confrontos entre as tropas iraquianas e os milicianos do Exército de Mahdi, do clérigo radical xiita Moqtada al-Sadr, durante a madrugada.

Dos 15 mortos nos combates na região de Nassiriyah, seis são policiais. Além disso, 60 pessoas ficaram feridas. Na manhã desta terça-feira, a área dos enfrentamentos já estava relativamente calma.