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Pico de acidentes em rede de transmissão é em julho
Andrea Catão
Do Diário do Grande ABC
02/06/2004 | 21:37
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Seis pessoas que moravam sob os fios de alta tensão da Eletropaulo no Grande ABC morreram no ano passado em conseqüência de acidentes na linha de transmissão de energia. Além das ocorrências de morte, a região registrou outros 23 acidentes envolvendo moradores desses terrenos. Num balanço divulgado nesta quarta, a Eletropaulo revela que 775 famílias – cerca de 3,1 mil pessoas – vivem irregularmente em 220 áreas da Eletropaulo no Grande ABC. Todas sob a ameaça de 88 mil volts.

Nos 24 municípios do Estado atendidos pela concessionária de energia, 31 pessoas morreram em 2003. O pico de acidentes, segundo a Eletropaulo, é no mês de julho, período de férias escolares e estiagem. É quando os invasores aproveitam para soltar pipa, reformar ou aumentar a casa ou ainda regular a antena de televisão.

A maior parte das invasões está concentrada em São Bernardo, onde 391 famílias – do total de 775 nas sete cidades – têm como teto os fios de alta tensão da rede.

O vice-presidente de Serviços Corporativos da Eletropaulo, Luiz Carlos Ciocchi, disse que cada acidente na rede de transmissão provoca queda de energia. A faixa de abrangência é proporcional ao tamanho da área que a rede alimenta. “Pode ser um bairro apenas, como a metade ou até a cidade inteira. Geralmente, temos problemas para fazer os reparos porque essas famílias ocupam a faixa operacional da Eletropaulo, da qual necessitamos ter acesso para realizar a manutenção”, afirmou.

Os acidentes são os mais diversos, embora os que mais fazem vítimas são os acidentes provocados durante reformas (foram 42 acidentes no ano passado nos 24 municípios de concessão da Eletropaulo), ao soltar pipas (28) e na tentativa de furto dos fios da rede elétrica (20). Receber uma descarga elétrica quando um fio se parte também é comum. No ano passado, foram 15 ocorrências do tipo.

Segundo Ciocchi, a empresa mantém contato constante com as famílias que ocupam a faixa de segurança a fim de convencê-las a deixar o local diante dos riscos em permanecer sob os fios de alta tensão – pela rede passam 88 mil volts de energia. A saída, em geral, não ocorre voluntariamente. A empresa notifica por diversas vezes, envia para o local assistentes sociais, mas para retirá-las é necessário a abertura de processo judicial. Só com respaldo da Justiça a remoção é viável.

No entanto, o vice-presidente da empresa disse que a solução para a ocupação irregular das áreas da Eletropaulo não é coisa que a empresa consiga resolver isoladamente. “Depende da elaboração de projetos em que o poder público tenha empresa como parceira, bem como outros segmentos. Esse apoio pode se materializar de formas diferentes, gerando benefícios para ambos os lados. Um exemplo é o benefício fiscal para quem ajudar no projeto.”




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