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Autônomos podem pegar empréstimo coletivo
Gabriela Gasparin
Especial para o Diário
05/11/2007 | 07:01
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Para facilitar ainda mais o acesso ao crédito e reduzir os índices de inadimplência, o Banco do Povo Crédito Solidário criou uma espécie de microcrédito coletivo para autônomos com juros de 3,9% ao mês.

Nomeada de Grupo Solidário, a iniciativa permite que núcleos de quatro a sete pessoas peguem empréstimos juntas. O crédito fica no nome de todas e o pagamento é feito em um único boleto. Na modalidade, metade do grupo pode ter o nome sujo.

O novo tipo de crédito pode ser feitos em unidades da instituição em Santo André – nos bairros Sacadura Cabral e Jardim Santo André. Novos postos serão instalados nos próximos meses em outros bairros do município. Diadema, Mauá e Ribeirão Pires, outras cidades onde o banco atua, também serão contempladas.

“É uma maneira de incluir no sistema financeiro quem não é aceito em instituições tradicionais”, diz Fábio de Souza, gerente administrativo financeiro do banco. No Jardim Santo André, onde há 13 grupos formados, o índice de inadimplência é zero.

“Como o empréstimo é concedido a várias pessoas, uma cobra da outra o dinheiro do pagamento”, explica. Não é necessário avalista fiador para a operação. Os grupos são formados entre pessoas que se conhecem, por iniciativa dos próprios participantes. “Toda semana, o líder escolhido entre os participantes é encarregado de recolher o dinheiro e efetuar o pagamento.”

O crédito é progressivo, ou seja, conforme as prestações são pagas em dia, é possível pedir emprestado maior valor posteriormente. Cada integrante pode pegar de R$ 50 a R$ 500 no primeiro empréstimo. “O valor é concedido de acordo com a necessidade de cada um e não precisa ser igual entre os integrantes.”

A instituição também oferece créditos individuais aos trabalhadores autônomos. Cerca de 900 negócios são mantidos ao mês nas quatro cidades. A taxa de inadimplência gira em torno de 4%.

Uma pesquisa feita pelo Inpes (Instituto de Pesquisa do Imes) revela que o modelo pode dar certo. “A pessoa que não tem fácil acesso ao crédito é mais propensa a recorrer a agiotas. O agente de crédito próximo à sociedade traz confiança”, disse a coordenadora do instituto, Maria Romeiro. Segundo ela, é importante para o trabalhador ver que tem condições de pegar empréstimo.




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