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Guerra contra Iraque deve ser último recurso, diz Annan
Da AFP
08/02/2003 | 17:56
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Em clara advertência aos Estados Unidos, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, declarou neste sábado que qualquer decisão de desarmar o Iraque à força deve ser tomada pelas Nações Unidas e, isto, quando todas as demais alternativas fracassarem.

Annan recordou aos membros do Conselho de Segurança que se opõem a uma una guerra contra Bagdá que a Organização das Nações Unidas não foi criada por pacifistas que se negam a usar a força e que a ONU deverá enfrentar suas responsabilidades, se Bagdá a continuar desafiando.

Em discurso pronunciado no Williams and Mary College (Virginia), o secretário-geral afirmou que o uso da força para fazer respeitar as resoluções do Conselho de Segurança da ONU "é uma questão que deve ser considerada não por um só Estado, mas pela comunidade internacional em seu conjunto".

A mensagem do secretário-geral, divulgada pelas principais redes de televisão, foi anunciada na sexta-feira, quando o presidente americano, George W. Bush, declarou que "a resolução 1.441 falava por si mesma e estipulava muito claramente as sérias conseqüências que teria a negativa de Saddam Hussein a desarmar-se".

Em Williamsburg, Annan estimou que "as inspeções poderiam funcionar". Recordou que entre 1991 e 1998, "os inspetores da ONU destruíram muito mais armas e instalações que todos os bombardeios" da coalizão durante a guerra do Golfo.

"Se conseguirmos que o Iraque respeite totalmente (as resoluções da ONU) e se desarme através de inspeções eficazes e críveis, a recompensa será grande", estimou.

Mas, destacou, se o Iraque "deixar passar esta última oportunidade e continuar desafiando (a comunidade internacional), o Conselho deverá enfrentar novamente um severo dilema" e assegurou que "quando for necessário, o Conselho enfrentará suas responsabilidades".

Apesar de ter destacado que "a guerra sempre é uma tragédia humana, que só deve ser considerada quando todas as demais possibilidades fracassarem", Annan não a descartou. Afirmou que os fundadores da ONU haviam previsto que "às vezes (seria necessário) responder à força com a própria força".

Annan também prestou homenagem aos Estados Unidos quando afirmou que "em parte graças ao firme desafio lançado pelo presidente Bush e sua conseguinte pressão, os inspetores voltaram ao Iraque".

"Quando os Estados Unidos tomam a direção das coisas através de uma pressão diplomática paciente e da formação de uma coalizão, ganham as Nações Unidas e ganham os Estados Unidos", destacou.




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