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S.Bernardo é 3ª cidade mais endividada do Brasil, aponta Tesouro Nacional

Com dívida consolidada de R$ 2,3 bi, município do Grande ABC subiu cinco posições em quatro anos e fica atrás apenas de S.Paulo e Rio

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
01/08/2021 | 01:55
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André Henriques/ DGABC


Com passivo consolidado líquido em R$ 2,36 bilhões apurado no ano passado, São Bernardo é o terceiro município mais endividado do País, conforme relatório de contas públicas do Tesouro Nacional, figurando atrás apenas das cidades de São Paulo (R$ 25,7 bilhões), que lidera o ranking geral, e do Rio de Janeiro (R$ 15,9 bilhões). O levantamento é referente ao exercício de 2020 realizado pelo painel Tesouro Transparente, ligado ao Ministério da Economia, extraído com dados oficiais do Siconfi (Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro).

A dívida consolidada envolve montante total das obrigações financeiras de cada ente federativo, assumidas por meio de contratos, convênios ou a partir de operações de crédito, ou seja, abrange todos os títulos públicos pendentes, empréstimos e financiamentos em andamento, além de precatórios judiciais. O município do Grande ABC, gerido pelo prefeito Orlando Morando (PSDB), surge à frente de grandes capitais do Brasil, como Belo Horizonte, em Minas Gerais (R$ 2,01 bilhões, quarta colocada no rol), Fortaleza, no Ceará (R$ 1,75 bilhão, sétima), Recife, em Pernambuco (R$ 1,44 bilhão, oitava), e Manaus, no Amazonas (R$ 1,4 bilhão).

No período compilado de quatro anos, entre 2017 e 2020, hiato que compreende ao primeiro mandato de Morando no poder do Executivo local, São Bernardo escalou cinco degraus – a elevação do passivo se dá em linha antagônica ao discurso de austeridade do tucano. No ano inaugural do intervalo anterior, a cidade apresentava débitos consolidados da ordem de R$ 1,22 bilhão, um aumento de 93,3%, ficando na oitava posição do quadro, tendo, inclusive, Santo André – chefiada pelo correligionário Paulo Serra – na colocação imediata à sua frente, que acumulava, à época, R$ 1,3 bilhão. O município andreense, contudo, ganhou fôlego e caiu para o 13º posto em 2020 ao registrar valor de R$ 872,6 milhões.

As demais grandes cidades que constam entre as dez primeiras da lista nacional são Campinas (R$ 2,01 bilhões), Guarulhos (R$ 1,96 bilhão) e Mauá (R$ 1,07 bilhão, atualmente comandada por Marcelo Oliveira, PT), que fecha esse pelotão (confira arte ao lado). No campo regional, Diadema foi herdada por José de Filippi Júnior (PT) com R$ 892,9 milhões, na 12ª posição. Ainda no rol dos 100 principais volumes brasileiros, São Caetano, nas mãos hoje de Tite Campanella (Cidadania), é mencionado na 64ª colocação, com quantia apontada em R$ 182,9 milhões.

Fora deste quadro indicado pelo painel do Tesouro, Ribeirão Pires, de Clóvis Volpi (PL), e Rio Grande da Serra, de Claudinho da Geladeira (PSDB), anotam R$ 75,7 milhões e R$ 52,8 milhões, respectivamente.

Questionada sobre os motivos da elevação dos débitos consolidados, a Prefeitura de São Bernardo alegou que o município “está entre as que mais investem em obras e serviços público do País”, de acordo com levantamento da FNP (Frente Nacional de Prefeitos). “Desde 2017, foram entregues obras fundamentais para a cidade, como o Piscinão do Paço, considerado o maior projeto de drenagem urbana do País, quatro viadutos, oito corredores de ônibus, dois hospitais, além de todo o investimento realizado no enfrentamento à Covid-19 ao longo de 2020 e 2021”, sustentou o governo, ao acrescentar que, além deste ponto, a variação cambial impactou diretamente no valor total da dívida, uma vez que o dólar em 2017 era da ordem de US$ 3,30 e em 2021 chegou a US$ 5,19. “O município dispõe de linhas de financiamento que garantem investimentos futuros”, emendou. A administração tucana reforçou, entretanto, que a taxa de endividamento está abaixo dos limites legais, estabelecidos em resolução do Senado Federal. 




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