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Hospital de campanha evita esgotamento em Santo André

Novos vagas de UTI garantem respiro à cidade, que tem 81% dos leitos de urgência ocupados; São Bernardo está à beira do colapso

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
20/04/2020 | 23:55
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Nario Barbosa/DGABC


Com o aumento de casos de infecção pelo novo coronavírus, equipamentos de saúde do Grande ABC estão alcançando o limite de capacidade para internações de alta complexidade, sobretudo em Santo André e São Bernardo, já que as duas maiores cidades da região contam com mais de 80% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados à Covid-19 ocupados.

Até o fechamento desta edição, o município andreense utilizava 92 leitos dos 114 disponíveis para casos de alta complexidade. Conforme levantamento feito pelo Diário, a cidade ainda dispõe de 19% dos espaços, sendo que 17 estão no Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia, inaugurado quinta-feira como hospital de campanha. Já no CHM (Centro Hospitalar Municipal), 95% dos leitos de UTI estão ocupados, restando somente cinco abertos a novos casos.

Em São Bernardo, a ocupação dos leitos de emergência é de 86% – das 53 vagas, 46 estão com pacientes infectados pela Covid-19 em estado grave. A cidade destinou, no total, 133 leitos públicos, entre UTIs e enfermarias, para uso exclusivo de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus.

Secretário de Saúde de Santo André, Márcio Chaves (PSD) avalia que o que pode diminuir a sensação de insuficiência na cidade é a entrega de 220 novos leitos nos hospitais de campanha que estão sendo montados, sendo um no Estádio Bruno Daniel – com previsão de entrega para o fim deste mês – e outro na UFABC (Universidade Federal do ABC), que deve estar aberto à população infectada até o início de maio.

“O grande gargalo das cidades sempre será leito de UTI. As pessoas precisam entender que a medida de isolamento físico foi imposta para que a rede pública se prepare. O número de casos não é maior porque tivemos adesão da quarentena, mas oscila muito. Se as pessoas começam a sair e adoecerem rapidamente, não haverá equipamentos suficientes para atender os casos em nenhuma cidade”, explicou.

Chaves destaca que a evolução do quadro de infecção é rápida, onde em poucas horas a pessoa apresenta piora. “Estamos lidando com o desconhecido e não sabemos até que ponto está havendo a transmissão por pessoas assintomáticas. Esse é o grande problema. A cidade está se organizando com leitos de UTI e todos os pontos preparados para receber oxigênio, entretanto, não podemos deixar os casos aumentarem”, reforçou o secretário da Pasta.

CENÁRIO
Não é diferente, porém, com as demais cidades da região. Apesar de menor geograficamente, Diadema já tem 90% dos leitos de alta complexidade ocupados por pacientes acometidos pela enfermidade. Segundo a Prefeitura, de dez disponíveis, nove camas estão em uso. Mauá também já apresenta índice alto de internações graves, somando 70% dos postos ocupados.

São Caetano, por sua vez, sai na frente com números mais brandos, sendo oito casos em UTI. Já a cidade de Ribeirão Pires não dispõe do serviço, transferindo os doentes de estado grave aos hospitais Mário Covas, em Santo André, Serraria, em Diadema, e Nardini, em Mauá. Rio Grande da Serra não divulgou os dados da cidade. 




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