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Italiana que estava no vôo da Vasp diz que nao volta ao Brasil
Do Diário do Grande ABC
18/08/2000 | 00:33
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"Dez minutos depois de o aviao decolar, uns cinco homens armados levantaram, ao mesmo tempo, e anunciaram, aos berros, o assalto. Estávamos nos últimos lugares do aviao e um dos assaltantes estava sentado bem atrás da gente (além dela, a irma Ilária F. e Filippo F.). Ele estava completamente maluco. Parecia drogado. Durante o vôo, gritou, dançou em cima da poltrona e bebeu muito uísque. Ele estava de vigia. Em pé, no corredor, ficou justamente entre meu pai (Alessandro F.) e eu. Um pouco a minha frente estavam minha mae e minhas outras irmas, gêmeas. Sempre com as maos apoiadas na cadeira da frente e olhando para baixo, nao dava para ver muita coisa, nem seus rostos. Um deles falou com meu pai: `Levanta e pega as nossas malas no compartimento'. Meu pai obedeceu.

"Dois assaltantes se dirigiram à cabine. Um deles ameaçou um passageiro que eu acho que era funcionário do Banco do Brasil: `Sabemos quem é você. Agora me dá o dinheiro.' O bandido empurrou essa pessoa contra a poltrona enquanto dizia: `Se você nao me der o dinheiro, vamos matar você, sua mulher e seu filho."

Trinta minutos depois da tomada do aviao, um dos bandidos entrou em desespero, como se alguma coisa nao estivesse saindo como planejado. Ele tentou abrir a porta do aviao para pular. "Todos eles estavam equipados com pára-quedas. Uma aeromoça se pôs na frente dele: `Nao pode fazer isso.' " Um dos comparsas o acalmou.

"Na hora da aterrissagem em Porecatu achei que o aviao ia cair. A turbulência chacoalhava o aviao. Ninguém via nada porque os bandidos mandaram fechar as janelas e apagaram as luzes do aviao. Dava para sentir que o aviao descia rápido, com o bico voltado para baixo. Eu rezei muito. Voltar para o Brasil, nem pensar. É muito perigoso."




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