Dois policiais militares foram presos na noite de sexta-feira por envolvimento na chacina ocorrida na Sexta-Feira Santa, no Jardim Santo André, em Santo André. Quatro jovens, com idades entre 16 e 25 anos, e sem antecedentes criminais foram assassinados.

Os policias, presos em serviço, negaram o crime. Os dois foram levados à Penitenciária Militar Romão Gomes, onde permanecerão por 30 dias. A prisão ocorreu após investigações da Delegacia de Homicídios de Santo André. "Nosso trabalho ainda não terminou. Haverá novas prisões", disse o delegado seccional de Santo André Guerdson Ferreira, que tomou posse em maio e prometeu empenho na investigação do caso.

O delegado não informou o nome dos policiais presos. Procurada, a Polícia Militar também não forneceu os dados, sob alegação de que a prisão tem caráter temporário e pode ser revertida.

O crime

A primeira chacina do Grande ABC neste ano ocorreu no dia 22 de abril, às 3h, no Jardim Santo André. Os quatro jovens foram mortos com tiros de calibre 380 e ponto 40, armas que são de uso exclusivo da Polícia Militar.

O cabeleireiro Luis Fernando da Silva Egea, 19 anos, o cobrador de ônibus Fábio Bacilieri, 23, e o estudante Felipe Dias Rodrigues, 16, foram obrigados a se ajoelhar com a mão na cabeça e, virados para parede, foram assassinados com tiros na cabeça e nas costas. O desempregado Robert William Rodrigues, 25 anos, presenciou a chacina e também foi morto enquanto fugia.

O motorista Rogério Fiorio, 47, pai do cabeleireiro Luís Fernando Egea, recebeu a notícia da prisão dos policiais com sentimentos de alegria e tristeza.

"Os policiais são pagos e fazem juramento de lealdade, de entregar a própria vida para salvar o cidadão. Meu filho era um cidadão. Tinha três empregos e era estudante. A polícia, que deveria protegê-lo, o matou. Graças a Deus os culpados foram presos, mas fico triste porque nenhuma punição trará meu filho de volta. A dor é grande", lamentou o motorista.