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Câmara teme dar cheque em branco ao governo Auricchio

Executivo são-caetanense omite dos vereadores os detalhes sobre a aplicação de empréstimos de R$ 78 milhões

Da Redação
24/06/2022 | 09:11
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Celso Luiz/DGABC 13/4/22


Apreciação de dois projetos em que o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), solicita à câmara autorização para contrair empréstimo de R$ 78 milhões está cercado de polêmica. Vereadores da ala oposicionista entendem que falta transparência nas proposituras e temem que o Legislativo avalize espécie de cheque em branco para o chefe do Executivo. Duas sessões extraordinárias, convocadas para hoje (23), a partir das 10h, devem aprovar o pleito do chefe do Executivo.

Um dos projetos pede R$ 70 milhões ao Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento). Conforme a propositura, o valor seria utilizado para reforma e construção de diversos equipamentos na cidade: requalificação da Praça Cardeal Arcoverde, reforma do Viaduto Independência e construção mais reforma de escolas municipais. Acontece que não há designação de quais serão os valores empregados nas intervenções, o que chamou a atenção dos vereadores que integram a bancada de oposição

"É como se os vereadores estivessem dando um cheque em branco ao prefeito e ele pudesse utilizar o dinheiro da forma que quisesse. Eu propus uma emenda aos projetos pedindo que o prefeito coloque os valores corretos e para quais empreendimentos estes valores serão utilizados", declarou ao Diário o vereador Jander Lira (PSD).

Já o outro projeto requisita o empréstimo de R$ 8 milhões junto ao programa Desenvolve SP. A verba deverá ser utilizada para a construção do Complexo Municipal de Diagnóstico e Reabilitação da Pessoa com Deficiência. Apesar da descrição, ainda que simples, de onde seria utilizado o dinheiro captado, os parlamentares são-caetanenses questionam a falta de detalhes que poderiam dar maior clareza aos projetos apresentados pela administração Auricchio.

TENSÃO

O trâmite dos dois projetos encaminhados pelo Executivo provocou tensão nas comissões permanentes do Legislativo, por onde transitam antes de seguir para a avaliação do plenário. O governo enfrentou resistência de alguns parlamentares. Ambos os textos receberam aval, mas não por unanimidade.

Na Comissão de Orçamento e Finanças, formada pelos parlamentares Thai Spinello (Novo), Gilberto Costa (Avante), Daniel Córdoba (PSDB), Beto Vidoski (PSDB) e Ubiratan Figueiredo (PSD), os dois últimos decidiram levar a constitucionalidade dos projetos ao plenário da câmara.

O mesmo ocorreu na Comissão de Justiça e Redação, constituída por Professor Rodnei (Cidadania), Marcos Fontes (PSDB), Matheus Gianello (PL), Jander Lira e Américo Scucuglia (PTB). Lira e Scucuglia também optaram por levar a discussão da legalidade das matérias ao demais vereadores. Nos bastidores, há a informação de que a vereadora Thai Spinello recebeu pressão dos demais parlamentares para votar favorável aos dois empréstimos municipais.

Presidente do Legislativo, Tite Campanella (Cidadania), aliado de Auricchio, de quem ocupou a cadeira interinamente em 2021, convocou os parlamentares para apreciar os dois projetos em duas sessões extraordinárias na manhã desta sexta-feira.

A equipe do Diário questionou a Prefeitura de São Caetano sobre a falta de informações nos projetos apresentados pela administração, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.




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