“Lidgerwood do Brasil. Brevemente receberemos modernos e aperfeiçoados descascadores de algodão americanos. Desde já aceitamos encomendas destas máquinas, como também de prensas para enfardar.”

De um anúncio de Primeira Página publicado pelo Correio Paulistanoem 5 de janeiro de 1919.

Com raízes nos Estados Unidos, a Lidgerwood veio para o Rio de Janeiro em 1862, para Campinas em 1868, para São Paulo em 1890. Possuiu unidade em Santo André, onde já estava em 1921, quando aqui chega a família Cavaggioni, vinda de Piracicaba.

Pela memória de Alécio Cavaggioni, que entrevistamos em 1995, a unidade andreense Lidgerwood começa a funcionar em 1919 – há 100 anos, portanto, fazendo história no nascente bairro Casa Branca.

O fundador da empresa, William Van Vleck Lidgerwood, chegou a vir ao Brasil e participou da abertura da unidade em Campinas, com um depósito de instrumentos agrícolas. Ele visava a atender as lavouras de café que se desenvolviam.

Em Santo André, as instalações da Lidgerwood tinham tijolos aparentes. A indústria sobreviveu até a década de 1960 e seu prédio foi aproveitado pela concessionária de veículos Diasa, que chegou a publicar anúncio nesta página Memória.

SANTO ANDRÉ

A Lidgerwood andreense produzia máquinas agrícolas, caldeiras, locomotivas, máquinas pesadas, enfim. Produzia, importava e fazia a manutenção, segundo nos contou Alécio Cavaggioni, de quem recebemos a foto hoje republicada, com a data de 1935. Era sinal de status, entre os jovens, trabalhar na Lidgerwood

Um pai de moça bonita aconselhou Cavaggione a estudar mecânica.

– Você está gostando da minha filha. Mas eu não quero que ela case com um tecelão. Quero que ela se case com um mecânico. Você não quer aprender mecânica?

Alécio Cavaggioni consegue colocação na Lidgerwood. Permanece na indústria de 1924 a 1930, e de 1935 a 1950.

Aposenta-se como encarregado, contabilizando 21 anos de casa.

A Lidgerwood tinha entre os acionistas brasileiros nomes do porte dos Almeida Prado e Erasmo Assumpção. No tempo em que Cavaggioni ali trabalhou, Gustavo Lara Campos era o administrador.
 

Caymmi e as tradições baianas
Texto: Milton Parron

Dorival Caymmi, baiano de Salvador, nascido em abril de 1914, faleceu no Rio de Janeiro em agosto de 2008. Cantor, compositor, violonista, pintor e ator, ele deixou um legado musical invejável principalmente na área da composição. Aliás, seu legado familiar também é de fazer inveja, os baianos que o digam. São seus filhos Nana, Dori e Danilo, todos cantores.

Suas músicas foram inspiradas pelos hábitos, costumes e as tradições do povo baiano. Tendo como forte influência a música negra, desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, com muita riqueza melódica.
Poeta popular, compôs obras como Saudade da Bahia, Samba da Minha Terra, É Doce Morrer no Mar, A Jangada Voltou Só, O Mar, Oração de Mãe Menininha, Marina, Maracangalha, Saudade de Itapuã, O Dengo que a Nega Tem, Rosa Morena e a emblemática O Que é Que a Baiana Tem? Esta última atravessou fronteiras graças à interpretação de Carmen Miranda no filme Banana da Terra, de 1938.

Ainda era vivo quando a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira apresentou, em 1986, um enredo em sua homenagem e, com ele, sagrou-se campeã do Carnaval carioca daquele ano.

No programa Memória deste fim de semana apresentaremos uma interessante entrevista com Dorival Caymmi realizada no dia 20 de junho de 1972. Histórias divertidas, algumas surreais até, além de alguns dos retumbantes sucessos de sua autoria.

EM PAUTA
Rádio Bandeirantes AM (840) e FM (90,9) – Memória. Dorival Caymmi.

Produção e apresentação: Milton Parron. Hoje, às 23h, com reprise amanhã, às 5h, além da internet, radiobandeirantes.com.br.
 

Interação com Facebook

‘A frágil donzela e o turismo corajoso’

Uma primeira etapa pode principiar pelo Maranhão, terra de latifundiários e de amigos do presidente.

Da crônica de Guido publicada pelo Diário em 5 de janeiro de 1989. Confiram a íntegra no Facebook da Memória – acessem o endereço acima.

Diário há 30 anos

Quinta-feira, 5 de janeiro de 1989 – ano 31, edição 6954

Manchete – Mailson da Nóbrega, ministro da Fazenda, exclui congelamento de preços do pacote econômico 
Grande ABC – Com a posse dos novos prefeitos, empresários preparam-se para apresentar sugestões para ampliar a participação das empresas nas decisões sobre política industrial na região.
São Caetano – Os 397 taxistas terão seus carros equipados com sistema de rádio. A decisão, inédita, foi anunciada pelo prefeito Luiz Tortorello.
São Bernardo – O SATS (Serviço Aero-Terrestre de Salvamento) denunciou loteamento e venda ilegal de área de 154 mil m² em Riacho Grande, no Sítio Caveiras, Estrada Velha do Mar.
Mauá – O prefeito Amaury Fioravante demite 80 servidores municipais. Número de demissões poderá chegar a 250.
Informática (Mônica Julia Piccolo) – Microservice cresce 2.400% em menos de dois anos.

Em 5 de janeiro de...

1919 – Na Vila de São Bernardo é realizada a tradicional Festa em louvor a Nossa Senhora da Boa Viagem.
Nota – A festa era realizada normalmente em dezembro, sendo adiada naquele ano por causa dos efeitos da epidemia de gripe espanhola.
- O São Caetano EC vai a São Paulo e enfrenta o Comercial da Capital em rodada tripla: 1ºs, 2ºs e 3ºs quadros.
- Em Santo André, o Primavera local recebe a AA Estrela do Paraíso, da Capital. Os visitantes viajam de trem, a partir das 13h50, na Estação Luz. Serão disputadas duas partidas.
- Termina a guerra. Do noticiário do Estadão: retirada das tropas japonesas da Sibéria.
- Do noticiário do Correio Paulistano: ao assinar o armistício, a Alemanha estava em situação desesperadora.
 

Santos do Dia

- João Nepomuceno Neumann (Boemia, atual Eslováquia, 1811 – Filadélfia, Estados Unidos, 1860).
No seu bispado na Filadélfia, construiu mais de 80 igrejas. Publicou dois catecismos e uma história da Bíblia para as escolas. Foi o fundador da Ordem Terceira de São Francisco.
- Eduardo
- Emiliana
- Simeão Estilita

Municípios Brasileiros

- Um único município celebra aniversário em 5 de janeiro: Sanclerlândia, em Goiás.