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Frente vê obstáculo com fim do Ministério das Cidades

Em reunião na Capital, prefeitos debatem propostas pós-eleição para encaminhar ao presidente eleito Jair Bolsonaro

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
01/11/2018 | 07:00
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Divulgação/PMSCS


Prefeitos que participaram de encontro ontem da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), na Capital, demonstraram preocupação com a extinção do Ministério das Cidades, medida proposta pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). A reunião, que ocorreu no gabinete do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), contou com a participação do chefe do Executivo de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), e diversas outras cidades do Brasil.

Um dos objetivos do encontro foi o de traçar e alinhar as pautas municipalistas que serão apresentadas na próxima reunião geral, que está marcada para o dia 27 de novembro, em São Caetano – de acordo com protocolo da entidade, Bolsonaro aceitou, ainda na condição de candidato ao Palácio do Planalto, convite para participar da atividade. “A (futura) extinção do Ministério das Cidades causou preocupação entre os prefeitos que participaram do encontro de hoje (ontem). É uma Pasta importante para a articulação entre o governo federal e a ala municipal”, alegou Auricchio. “Já estamos construindo um texto e uma carta que serão endereçados ao Jair Bolsonaro. Se tudo der certo, ele aparecerá na reunião e entregaremos o texto (em mãos).”

O chefe do Paço de São Caetano antecipou parte do conteúdo da carta que será encaminhada ao presidente eleito. Entre os diversos tópicos que foram selecionados em lista prioritária, três deles devem ter maior destaque: aprovação o mais rápido possível da reforma da Previdência, o debate sobre a reforma fiscal e a discussão sobre o que os prefeitos chamaram de “pilares de desenvolvimento”, que englobariam Mobilidade Urbana, Segurança Pública, Saúde e Educação. “Como este é um encontro de prefeitos de todo o Brasil, achamos melhor que as discussões abrangessem setores críticos em todas as cidades”, acrescentou o tucano.

Bolsonaro planeja diminuir o número de ministérios de 29 para 15 quando assumir o governo no dia 1º de janeiro. O capitão da reserva pretende criar um superministério de Economia, que incluiria as Pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio Exterior. Especula-se, nos bastidores, que uma outra Pasta poderia absorver o Ministério das Cidades. Seria a Pasta de Infraestrutura, que também é desenhada pelo presidente eleito. “Não podemos dar certeza, mas esta seria uma possibilidade”, pontuou Auricchio.

Bruno Covas frisou a importância de alinhar as principais demandas dos municípios. “Temos vários pontos a serem discutidos com ele (Bolsonaro) e, em especial, três que a frente considera primordiais: a retomada do desenvolvimento econômico, a conta da exclusão social e a conta da crise econômica”, assinalou.

O encontro reuniu diversos prefeitos, como Jonas Donizette (PSB), de Campinas e presidente da entidade; Rafael Greca (PMN), de Curitiba; Cinthia Ribeiro (PSDB), de Palmas; Geraldo Julio (PSB), de Recife; e ACM Neto (DEM), de Salvador. A frente aborda prefeitos de mais de 400 cidades com número superior a 80 mil habitantes, abrangendo chefes de Executivo de todas as Capitais, o que equivale a 60% da população brasileira.  




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