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Setor de usados tenta 'driblar' a crise
Emerson Coelho
Do Diário do Grande ABC
10/07/2009 | 07:07
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Um setor que tenta se recuperar da crise, principalmente após os anúncios do governo de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros zero quilômetro, é o de veículos usados. Lojistas do Grande ABC apontam que as vendas não aumentam por conta das dificuldades na concessão de crédito; os compradores alegam que ocorre muita desvalorização do seu veículo na hora da troca (modalidade que representa maioria dos negócios no segmento).

Na prática, conforme apurou a reportagem do Diário, na hora da venda as lojas negociam os seminovos ou usados com desvalorização média de 10% em relação à tabela da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), por exemplo; mas no momento da compra do carro do cliente a depreciação chega a 30%.

"Estou há quatro meses tentando trocar meu Corsa Wagon 1998 por uma Meriva 2004, mas até o momento não fechei negócio por causa da desvalorização que fazem do meu carro", explica o marceneiro Edmar Gonçalves Lima, que aproveitou o feriado de ontem para pesquisar preços em lojas da região.

No Shopping Auto Global, em Santo André, que possui 60 lojas, alguns vendedores apontam que a dificuldade de aprovação de crédito é um dos maiores problemas enfretados pelo setor.

"As financeiras estão exigindo muito do comprador: além do nome limpo na praça, é preciso ter estabilidade no emprego e comprovar renda. Autônomos não estão conseguindo a liberação do crédito, como acontecia no ano passado", revela o vendedor do Auto Shopping Global, Tiago Huppes.

Apesar da queda no volume de negócios com usados, alguns compradores consideram que o momento atual é propício para comprar, como é o caso do zelador Roberto Alves Santos.

 "Quero trocar meu Fox 2004 por um Fiesta 2008 e acho que o momento é adequado pois os seminovos abaixaram muito o preço em função da redução do IPI para os novos", avalia.

A Assovesp (Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado de São Paulo) divulgou na última terça-feira que os negócios com usados no Estado caíram 3,59% de maio para junho.




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