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Aumentam as quedas de balões na Petroquímica

Entre janeiro e abril já foram registrados 13 casos,
segundo a Braskem, incidência além da esperada

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
16/05/2016 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


Nem chegaram as festas juninas, época na qual há maior incidência da soltura de balões, e o Polo Petroquímico de Capuava já está em estado de atenção. Isso porque entre janeiro e abril foram registradas 13 ocorrências na área, segundo levantamento feito pela Braskem, que conta com diversas fábricas no Polo.

Se a queda de um objeto desses traz sérios riscos a matas e residências, em complexos industriais que lidam com produtos inflamáveis o problema é ainda mais grave. O contato desses materiais com os artefatos – que possuem papel e combustível – pode ocasionar incêndios e até explosões de grandes proporções. “O ano todo nos preparamos e ficamos cada vez mais alertas no período junino, quando costuma aumentar a ocorrência”, fala o engenheiro de Saúde, Segurança e Meio Ambiente e especialista em Emergência da Braskem, Luiz Claudio Benevides Sarno.

Em 2015, foram registradas 99 quedas de balões, sendo 27 acesos e 72 apagados. Situação contabilizada desde 2001, o ano de 2014 teve o ápice de quedas: 207 objetos infláveis.

A empresa conta com força-tarefa para barrar o problema. “Temos uma central de rádio entre as empresas. Quando os funcionários de uma veem um balão se aproximando, avisam e todos ficam alertas acompanhando a trajetória”, explica. Se necessário, são utilizados canhões de água para apagar o balão ainda no ar. Após a queda, a equipe é mobilizada para resgatá-lo e finalizar a ocorrência.

Com a comunidade, anualmente é feita campanha em parceria com as defesas civis de Mauá, Santo André e Ribeirão Pires, junto ao PAM (Plano de Auxílio Mútuo) do Polo Petroquímico de Capuava. “Produzimos material didático para as defesas civis fazerem palestras nas escolas. Tirando a cultura dos balões, cresce o alerta sobre os riscos que eles trazem para diminuir essa questão no futuro, por isso, fazemos um trabalho forte de prevenção”, diz Sarno.

Para reforçar a atuação com o objetivo de evitar acidentes causados por balões, a Braskem tinha planos de iniciar, em agosto do ano passado, projeto pioneiro para monitorar o risco de ocorrências envolvendo esses objetos infláveis. A ação seria feita por meio de uma tecnologia importada da França,que utiliza câmera térmica que, além de identificar foco de calor, tem ainda visão noturna. No entanto, problema técnico na fase de testes impossibilitou o andamento da proposta. “Como é uma tecnologia importada, tivemos de encaminhar a câmera para ser avaliada em seu país de origem e, aí, demora o retorno”, conta. “Gostaria que até o final do ano estivesse operacionalizado, mas depende da empresa”, acrescenta.

O sistema consegue gerar um alarme automático quando o balão entra em um raio delimitado – no caso, de meio quilômetro de aproximação – e as equipes de emergência se antecipam na possibilidade de ele cair dentro da unidade. Entre a aquisição do equipamento e a mobilização de serviço para instalação foram investidos cerca de R$ 200 mil.

O ato de soltar, fabricar, vender ou transportar balão é classificado como crime ambiental, de acordo com a lei federal 9.065/98. A pena prevista é de multa, detenção de um a três anos ou ambas cumulativamente.   




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