O presidente da Câmara de São Bernardo, Amedeo Giusti (PV), desmentiu o boato de que o pedido de demissão do diretor-geral da Casa, Marco Antônio Bosculo Pacheco, teria ocorrido por desentendimentos internos. “A saída dele foi opcional”, afirma.

O chefe do Legislativo admite, no entanto, que sua forma de gerenciar a Casa incomodava Pacheco, cargo de confiança do ex-presidente Laurentino Hilário (PSDB), que ocupou a cadeira entre os anos de 2003 e 2006.

“Sou sério. Quando assino um documento quero saber exatamente o que estou autorizando, portanto, questiono as pessoas envolvidas para saber se tudo está correto. Nem sempre ele concordava com as indagações”, conta. “Talvez estivesse acostumado com Laurentino, afinal, trabalharam juntos quatro anos.”

Ainda assim, Amedeo garante que não houve um fato específico para o pedido de exoneração. “O Marco estava sobrecarregado. Há muito tempo dizia que queria sair.”

O ex-diretor confirma a versão do presidente. “Especulações são especulações. A verdade é que deixei a Câmara porque estava desgastado, qualquer profissional tem o direito de mudar.”

O advogado considera sua atuação na Diretoria Geral “satisfatória”, mas revela que não pretende assumir um cargo político tão cedo. “Quero retomar as atividades no meu escritório e não pretendo voltar à Câmara. Foi uma boa experiência, mas acabou.”

O cargo de Pacheco foi ocupado pelo diretor administrativo José Luís de Souza, que nesta semana completou 32 anos na Casa. Segundo Amedeo, que desde o início da gestão adotou uma política de valorização dos servidores, a nomeação foi uma maneira de estimular os funcionários concursados.

“Em primeiro lugar, todos ficam motivados ao perceberem que podem chegar à Diretoria. Por outro lado, se eu chamasse uma pessoa de fora, até que ela tomasse conhecimento dos procedimentos meu mandato acabaria.”