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Professora de São Bernardo é finalista em prêmio de educação

Com o projeto pedagógico Em Tempos de Pandemia…... Acrobática com a Família, docente busca vaga para disputar título de educadora do ano

Thainá Lana
Do Diário do Grande ABC
13/02/2022 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


Pela segunda vez na carreira, a professora de educação física de São Bernardo Joyce Moura José Pin, 39 anos, representa o Grande ABC no Prêmio Educador Nota 10 – uma das principais premiações de educação básica do País. Com o projeto pedagógico Em Tempos de Pandemia… Acrobática com a Família, a docente conquistou uma vaga entre os 50 finalistas e busca avançar à próxima etapa, quando serão selecionados, até o fim do mês, os dez vencedores, que disputarão o título de educador do ano. 

Docente há seis anos no Colégio Engenheiro Salvador Arena, antigo Termomecanica, tradicional instituição de ensino de São Bernardo, Joyce precisou se reinventar durante o isolamento causado pela pandemia da Covid-19 para ministrar as aulas de educação física de maneira remota. O objetivo era adaptar o conteúdo aplicado presencialmente com alunos do terceiro ano do ensino fundamental para o ambiente digital. A educadora apostou em uma modalidade esportiva pouco convencional, como a ginástica acrobática, para proporcionar aos alunos diferentes desafios nos aspectos motor, cognitivo e social.

Com três turmas com 35 alunos cada, a professora também buscou envolver a família durante o processo de aprendizagem para proporcionar momentos de conexão e descontração. “A modalidade, desconhecida e desafiadora, manteve as crianças mais habilidosas e motivadas, e também serviu de incentivo para fazer os ajustes psicomotores dos poucos alunos que ainda apresentavam alguma dificuldade”, esclarece Joyce, que não consegue esconder o orgulho dos resultados alcançados. “O que mais me encantou neste trabalho foi observar a conexão dessas crianças com a família. A cada vídeo ou foto que recebia com o sorriso de satisfação de todos os envolvidos nas figuras, eu tinha a impressão de que ao menos naquele momento os medos e incertezas que imperavam em cada lar eram momentaneamente esquecidos”, conta a educadora. 

Meire Fidelis, diretora executiva da Fundação Victor Civita, entidade responsável pela criação do Prêmio Educador Nota 10, reconhece o trabalho empenhado pela docente são-bernardense e afirma a importância do projeto no desenvolvimento dos estudantes. “A professora Joyce soube adaptar suas aulas ao momento desafiador que os seus alunos e seus familiares estavam vivendo. Ela encarou o desafio e inovou, com planejamento, bom conteúdo e tecnologia. A docente soube motivar seus alunos a olhar para o próprio corpo, em um momento que todos só enxergavam a tela. Ela merece muito estar entre os 50 finalistas e ser valorizada pelo trabalho que vem realizando”, analisa a diretora.

PREMIAÇÃO

O Prêmio Educador Nota 10 representa o reconhecimento dos bons trabalhos pedagógicos desenvolvidos em sala de aula nas diferentes regiões brasileiras. São propostas que inspiram outros profissionais da educação e podem ser replicadas e adaptadas por professores e gestores em contextos diferentes, conforme explica a diretora executiva Meire Fidelis. “A visibilidade que o prêmio dá aos 50 finalistas e aos dez vencedores sinaliza para a sociedade que os bons docentes merecem ser valorizados. Além disso, o prêmio traz uma boa fotografia do que crianças, jovens e adultos estão aprendendo nas escolas de educação básica no Brasil”, finaliza.

OUTRAS INICIATIVAS 

O prêmio também conta com trabalhos pedagógicos de educadores de 14 Estados. Entre os 50 projetos selecionados. sete são de língua portuguesa; sete de geografia; quatro de matemática; quatro focados no aprendizado de crianças bem pequenas e mais quatro destinados a crianças entre 4 e 5 anos.

História, ciências da natureza, educação física, artes, coordenação pedagógica e práticas com educação especial tiveram três trabalhos cada. Completam a lista, dois projetos de língua estrangeira, dois destinados à gestão escolar, além de um para biologia e outro focado em química.

Docente aplica projeto de psicomotricidade para trabalhar corpo e mente dos estudantes

Além do projeto finalista do prêmio, a professora de São Bernardo também trabalha com seus alunos outra vertente da educação física: a psicomotricidade (ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo). No Colégio Engenheiro Salvador Arena, as crianças do nível cinco (pré-escola) e do 1º ano do ensino fundamental participam durante oito meses do estudo, que auxilia os pequenos na alfabetização.

Com pós-graduação em educação infantil e psicomotricidade, Joyce Moura explica que o objetivo do projeto é desenvolver os estudantes para melhorar o desempenho em sala de aula. “Não adianta querer que a criança escreva, se o tônus muscular não foi desenvolvido, que é a primeira parte do cérebro que se desenvolve. Precisamos trabalhar dessa maneira para evitar entraves pedagógicos para que assim a alfabetização da criança possa acontecer de maneira fluída e tranquila”, explica a educadora.

A docente avalia a aplicação do projeto como fundamental para o desenvolvimento pedagógico dos alunos. “O corpo funciona como uma engrenagem, com a parte motora, física, cognitiva e emocional. Todas essas áreas precisam estar funcionando em sincronia, como uma máquina mesmo. A educação física é uma modalidade colaborativa, que busca desenvolver os alunos de forma integral e vai muito além dos esportes coletivos com bola, que também são essenciais, e são geralmente aplicados nas escolas”, completa a docente, orgulhosa. 




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