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Grande ABC registra queda de 15,1% nas internações por Covid

Especialistas apontam que vacinação em massa contribuiu para redução da mortalidade e hospitalização; taxa de transmissão da região é a 3ª do Estado

Thainá Lana
Do Diário do Grande ABC
03/02/2022 | 00:01
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Nario Barbosa/DGABC


As cidades da região registraram queda de 15,1% no número de internações devido à Covid-19 nos últimos sete dias. No dia 26 de janeiro havia 900 pacientes hospitalizados em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e de enfermaria por conta do coronavírus, enquanto ontem foram computadas 764 internações. A taxa de ocupação dos leitos no Grande ABC chegou ontem a 60,1%, conforme dados compilados pela plataforma SP Covid-19 Info Tracker, que usa base de dados do governo do Estado.

Atualmente estão disponíveis 1.270 leitos de UTI e enfermaria nas unidades de saúde da região. No ranking estadual de ocupação dos leitos, o Grande ABC figura na 21ª posição – a região de Ribeirão Preto é a com a maior taxa de ocupação do Estado, com 87,1%. 

Além das internações, o número de óbitos ocasionados pelo coronavírus apresentou expressiva queda de 69%, quando comparados com os dados de janeiro do ano passado – quando a vacinação ainda estava no início –, com o mesmo período deste ano. Em 2021 foram 564 mortes, enquanto no primeiro mês de 2022 foram registradas 174 perdas. 

Para o infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente), José Ribamar Branco, a vacinação em massa é um dos principais fatores para redução da mortalidade e hospitalização dos casos de Covid. “Esses dados mostram que a imunização está sendo eficiente para controlar a evolução dos casos. É importante ressaltar que a porcentagem dos pacientes internados que não tomaram a vacina é maior do que a dos que tomaram as doses, conforme apontam alguns estudos realizados por Estados brasileiros”, alerta o especialista.

A vacinação não livra a pessoa de ser contaminada com o vírus ou até mesmo que o quadro evolua para caso grave, conforme explica Ruan de Andrade Fernandes, infectologista do Hospital Brasil, da Rede D’Or São Luiz. “Porém, é importante destacar que comparativamente o grupo que opta por fazer a vacinação completa, inclusive com a dose de reforço, apresenta maior tendência a ter quadros mais brandos ou até mesmo não ser infectado do que as pessoas não vacinadas”, destaca Ruan. 

TRANSMISSÃO DO VÍRUS

Se o número de internações e óbitos está diminuindo na região, o mesmo não ocorre com a taxa de transmissão do vírus. A disseminação da Covid no Grande ABC é a terceira maior do Estado, com 1,97 de reprodução, ou seja, 100 pessoas infectadas transmitem o coronavírus para outras 197 pessoas.

A região fica atrás apenas da Grande São Paulo Norte, que inclui os municípios de Franco da Rocha, Caieiras, Cajamar, Francisco Morato, Franco da Rocha e Mairiporã, e possui a maior taxa de transmissão do Estado, com 2,05. Em segundo lugar aparece a região de Sorocaba, com taxa de transmissão de 1,98. 

Branco ressalta que a disseminação da ômicron é ainda mais alta que as demais variantes. “A taxa de transmissão da ômicron chega a 5,9 de reprodução, muito mais veloz que as outras variantes. Se não houvesse vacinação em massa, o número de casos graves e de óbitos poderia ser ainda maior, principalmente para população idosa e para os pacientes com comorbidades”, ressalta Branco, que ainda alerta para falta de testagem em massa no País. “Esses dados ainda podem ser maiores, já que a quantidade de teste disponível é insuficiente para os pacientes sintomáticos”, finaliza o infectologista.




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