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Região tem 271 mil pessoas com a segunda dose atrasada

Caso população tivesse finalizado esquema vacinal, Grande ABC teria 90% dos moradores totalmente protegidos contra Covid

Anderson Fattori
29/10/2021 | 05:37
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Claudinei Plaza/ DGABC


O Grande ABC tem pelo menos 271.141 pessoas que não retornaram aos postos de saúde para receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19, é o que mostra levantamento realizado pelo Diário com base em dados enviados pelas prefeituras e pelo governo do Estado – o Paço de Mauá foi o único que não divulgou as informações. O número atual é o dobro do apurado no início de outubro, quando eram 123 mil faltosos.

A cidade com a maior evasão é Santo André, com 126.966, seguida por São Bernardo (64.441), Diadema (47.201), Rio Grande da Serra (13.616), Ribeirão Pires (10.400) e São Caetano (8.517).

Caso todos os moradores da região tivessem finalizado o esquema vacinal contra a Covid, o Grande ABC teria alcançado 90,5% da população com 12 anos ou mais totalmente imunizada, marca vista por especialistas como segura para que o poder público possa flexibilizar os protocolos de prevenção ao coronavírus. Atualmente, a cobertura das duas doses nesta faixa etária, a única que pode receber os imunizantes contra a Covid no Brasil, é de 78,8%.

Infectologista do Hospital Brasil, da Rede D’Or São Luiz, Ruan de Andrade acredita que a evasão na segunda dose está relacionada com o excesso de confiança da população. “É um relaxamento natural das pessoas a medida em que se observa a redução na curva do número de casos e se passa a observar com frequência menos familiares e conhecidos hospitalizados. Isso é preocupante porque a imunização, junto com outras medidas epidemiológicas como o uso de máscara, continua sendo a única ferramentas de combate a pandemia”, comentou.

O especialista, porém, acredita que, mesmo com os faltosos, a campanha tem avançado na região e isso dá segurança para as prefeituras diminuir as restrições. “Há uma curva descendente importante quando a gente observa os casos de Covid em Santo André e no Grande ABC de forma geral. É natural que passando de 80% de cobertura vacinal se comece a pensar nos novos passos. O que se espera é que essa flexibilização seja progressiva, gradual, acompanhando os dados epidemiológicos e que seja feita de forma segura.

O risco de se contrair Covid em um parque é muito inferior ao um ambiente fechado, precisamos que essa flexibilização seja gradual, acompanhando o impacto semana a semana”, explicou, referindo-se a desobrigação do uso de máscara em ambientes abertos, posição defendida pelo prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), que também é o presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e promete levar o assunto para discussão do colegiado na próxima assembleia, marcada para 9 de novembro.

O chefe do Executivo andreense, aliás, ressaltou a relevância da imunização total. “É extremamente importante que as pessoas completem a cobertura vacinal com primeira, segunda dose e dose suplementar. Esta proteção tem contribuído para a queda nos índices de internações. Estamos fazendo busca ativa e o resultado tem sido satisfatório. Hoje, o Grande ABC tem os menores índices observados desde o início da pandemia, graças ao avanço da vacinação”, comentou Paulo Serra.

Discurso parecido com o da coordenadora do PEI (Plano Estadual de Imunização), Regiane de Paula. “É fundamental que todos compareçam aos postos para completar o esquema vacinal. O intervalo da Pfizer entre os adultos caiu para 21 dias e, com isso, poderemos ter a população imunizada com mais agilidade”, destaca. 




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