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CDP de Mauá: novo atraso na entrega
Andrea Catão
Do Diário do Grande ABC
30/05/2004 | 17:45
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Os cerca de 300 presos da Cadeia de Ribeirão Pires, que hoje vivem confinados em um espaço projetado para 81, vão ter de esperar mais dois meses para serem transferidos para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Mauá, localizado no bairro Sertãozinho. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, que há um mês afirmou que o prédio ficaria pronto até esta segunda-feira (fim de maio), informou que a inauguração só deverá ocorrer em agosto. A entrega do prédio é apontada como o fim da superlotação da cadeia de Ribeirão Pires, que desde meados de 2003 passou a receber todos os homens detidos também em Mauá.

Fontes policiais afirmaram que a demora na construção do prédio, que estava previsto para ser entregue em dezembro último, foi em virtude de um erro no projeto de engenharia. Dois empreiteiros que trabalham na obra confirmaram a informação de que no projeto original não foi prevista a saída de esgoto do prédio.

No fim do ano passado, teria sido sugerida como medida paliativa a montagem de uma pequena estação de tratamento no local, pois o prédio já estava erguido e, assim, não haveria necessidade de quebrar parte da estrutura para instalar o sistema de coleta e saída de esgoto. Posteriormente, foi decidido que a melhor alternativa seria justamente essa. A Secretaria de Administração Penitenciária nega a informação.

Outro problema apontado por pessoas ouvidas pelo Diário foi a forma de contratação dos pedreiros para a obra. A maioria é contratada por um período de três meses e, depois, dispensada para não configurar vínculo empregatício. A contratação de novos pedreiros a cada 90 dias também teria contribuído para o atraso da obra.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária, essa informação também não procede. Em resposta, a secretaria informou que contrata, por meio de processo licitatório, uma construtora para executar as obras e esta tem uma porcentagem estipulada em contrato de serviços que pode terceirizar. A secretaria informou ainda que nunca existiram contratempos na realização da obra.

ceragem

– O CDP de Mauá está projetado para receber 676 detentos. Com a inauguração, os 300 presos que estão na Cadeia de Ribeirão Pires serão transferidos para o local. A superlotação, porém, não é pior do que a falta de funcionários. No período noturno, apenas um carcereiro toma conta dos detentos.

Policiais civis dão suporte ao trabalho na cadeia e são divididos em escalas para fazer o trabalho que, originalmente, não seria de responsabilidade deles. Enquanto deveriam estar centrados no trabalho de investigação, fazem a guarda da muralha, a escolta e atuam como carcereiros.

A transferência, de acordo com informações da Delegacia Seccional de Santo André, permitirá a desativação da cadeia, bem como a completa desativação da Cadeia de Mauá, que atualmente abriga pouco menos de 40 homens. A superlotação da Cadeia de Santo André também poderia ser aliviada. São 500 presos que dividem o espaço projetado para apenas 96.




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