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Ford baiana faz 5 anos com um carro a cada 80 segundos
Por Lana Pinheiro
Do Diário do Grande ABC
14/10/2006 | 23:44
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No dia 12 de outubro de 2001, em meio a uma indústria automotiva incrédula, a Ford iniciava sua reviravolta no mercado brasileiro com a inauguração do Complexo Industrial Ford Nordeste, em Camaçari. Cinco anos depois, a empresa silencia, com estilo, os duvidosos e prova: a fábrica da Bahia é um verdadeiro caso de marketing.

Números comprovam o discurso. Os 8.590 empregados diretos – 3.741 da Ford e 4.849 dos parceiros – produzem 912 veículos por dia em três turnos de trabalho, o que resulta na fabricação de 250 mil unidades no ano. Isto significa que a cada meros 80 segundos, um carro da marca deixa as linhas de produção pronto para atender a pedidos do mercado interno ou externo.

Ritmo bastante surpreendente ao se levar em conta que a fábrica, instalada em um Estado sem tradição automotiva, inaugurou um modelo inédito de produção de carros de passeio: incorporou 25 fornecedores em sua própria linha de montagem num estilo conhecido como produção modular. No Brasil, a Volkswagen Caminhões já tinha testado o modelo com sucesso em sua fábrica de veículos comerciais em Rezende (RJ), mas foi a Ford quem arriscou provar a sua eficiência em uma fábrica de alta escala.

Funciona assim: os fornecedores dos modelos Amazon (nome interno para a família que abriga o EcoSport, o novo Fiesta e sua versão sedã) trabalham lado a lado dos funcionários da empresa americana, inserindo seus componentes nos veículos no momento exato em que eles passam pela linha. Toda a comunicação é feita por sistema integrado com a mesma linguagem para a montadora e fornecedores. Se um deles atrasa, a linha toda fica prejudicada. Por isso, o compromisso dos fornecedores com o modelo foi essencial para o projeto.

O sistema arriscado funcionou. A participação da Ford que era de menos de 6% há cinco anos, pulou para os atuais 11,3%. “Camaçari foi uma cartada vencedora, em um momento muito delicado para a montadora no Brasil. Acertar e reverter a crise era questão de sobrevivência”, relembra Barry Engle, atual presidente da Ford Mercosul.

Além de aumentar sua presença no mercado nacional, a companhia conseguiu mais dois feitos com a fábrica baiana e seus automóveis.

O primeiro deles foi reverter imagem da companhia. Na década de 90, os veículos da marca carregavam o atributo de ultrapassados, tanto em termos de design como em tecnologia. Hoje a história é outra.

O EcoSport é o segundo comercial leve mais vendido no Brasil, de acordo com o ranking da Fenabrave (Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores), enquanto a família Fiesta figura entre os dez automóveis preferidos na hora da compra pelo brasileiro.

Com o pormenor, importante: depois de longos anos no prejuízo, a Ford registra nove trimestre consecutivos de lucro na América do Sul, onde o Brasil responde por 70%.

Para 2006, promete Barry Engle, “a cor azul permanecerá no balanço”.




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