Este projeto, denomnado ``National Missile Defense' (NMD), é apresentado por seus partidários como a melhor maneira de proteger os Estados Unidos dos mísseis dos países considerados ``renegados', como Ira ou Coréia do Norte.
Mas seus adversários consideram que pode romper o frágil equilíbrio da dissuasao e levará inevitavelmente a uma reativaçao da corrida armamentista.
Bill Clinton anunciou no início de setembro sua decisao de deixar a seu sucessor a responsabilidade de aplicar ou nao este projeto controvertido, estimado em US$ 60 bilhoes.
No plano técnico, diplomático e militar, reina a incerteza sobre o projeto, parecido com o da ``Guerra das Estrelas', de Ronald Reagan.
As primeiras provas realizadas pelo Pentágono até agora nao foram muito convincentes: em três disparos de ``míssil antimíssil', somente um conseguiu destruir seu objetivo em vôo.
A Rússia rechaça de maneira categórica este projeto, que implica uma revisao ou revogaçao do tratado antimísseis balísticos russo-americano ABM de 1972, que limita este tipo de aparelhos interceptores.
A China também se mobilizou, ameaçando reiniciar seus esforços para conseguir armas nucleares se os Estados Unidos puserem esse ``escudo' em funcionamento.
Vários países da Otan - principalmente França e Alemanha - expressaram sua resistência ao projeto, apesar das promessas de Washington de que seus aliados também o aproveitarao.
Apesar dessas rejeiçoes, o candidato republicano George W. Bush afirmou que o aplicará, estimando que o prazo concedido pelo atual presidente lhe permitirá, se for eleito, de ``atuar onde (Clinton) fracassou'.
A eleiçao dos conselheiros da Casa Branca, em caso de vitória de Bush, pode ser determinante, dependendo se ``se a presidência estiver dominada pelos pragmáticos, como o ex-chefe de estado maior Colin Powell, ou pelos ideólogos (do Partido Republicano) que venceram no congresso', assinala Joseph Cirincione, especialista em desarmamento na Fundaçao Carnegie.
O vice-presidente Al Gore, candidato democrata, se mostra mais flexível, mas igualmente enigmático.
Como Clinton, Gore parece ser um ``partidário indeciso do NMD', assinala Helmut Sonnenfeldt, especialista em política externa no Instituto Brookings de Washington.
Gore disse estar decidido a aplicar este sistema se chegar ``à conclusao de que esta tecnologia está pronta e é financeiramente aceitável e necessaria'.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.