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‘Cabide’ de Mauá tem 37 indicados
Renan Cacioli
Do Diário do Grande ABC
30/04/2006 | 08:33
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Se o Congresso aprovar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para acabar com o nepotismo nos órgãos públicos em todo País, o prefeito de Mauá, Leonel Damo (PV), precisará demitir muita gente da administração. O Diário apurou 37 nomes indicados por vereadores, secretários e pelo próprio chefe do Executivo que trabalham no governo. Apesar de não ser ilegal, o cabide de empregos de Mauá deixa transparecer alguns interesses políticos na hora de o prefeito compor sua equipe de confiança.

Damo não esconde algumas de suas indicações. O irmão Ivo Damo é diretor do Departamento de Transportes da Prefeitura. O superintendente da Sama, José Carlos Orosco Júnior, é noivo da filha do prefeito, a vereadora Vanessa Damo (PV). O chefe do Executivo ainda conta ainda com um cunhado – o secretário de Serviços Urbanos, Paulo Roberto de Souza – e duas sobrinhas no governo: Ângela Lucia Damo Chiquetto e Denise Damo, que atuam na Saúde. "Caso a pessoa seja qualificada para o emprego, não importa se é parente. O que não pode é cargo fantasma, quando a pessoa não trabalha", afirma o prefeito.

Por outro lado, Leonel Damo é categórico: se a PEC for aprovada, mandará toda a parentada embora. "Se vier essa lei eu acato no mesmo momento, no dia em que for julgada. Os parentes saem imediatamente", garante.

Quem também teria problemas com a aprovação da emenda seria a família da vice-prefeita. Leni Walendy é casada com o secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Sergio Luiz Walendy. A filha do casal, Tathiana Moreno, e dois primos do secretário, Claudia Helena e Harry Horst, também trabalham na administração.

Ainda no primeiro escalão do governo, o secretário de Cidadania e Segurança Comunitária, Lourival Lolô Fargiani, garantiu que a mulher Aparecida Salviatti Fargiani fosse convidada, e não indicada, para ingressar na Prefeitura. "Ela entrou por questão profissional, foi um convite." Aparecida é coordenadora do PAD (Programa de Atendimento Domiciliar) da Secretaria de Saúde. Lolô também contava com a mulher de um sobrinho, Adriana Carla Toledo, que foi exonerada recentemente. "A Adriana não tem vínculo político comigo", justifica o secretário.

Regional – Mauá não é exceção entre as cidades do Grande ABC cujas administrações usam e abusam da contratação de parentes. Em Santo André, João Avamileno (PT), por exemplo, emprega a sogra do filho, Maria Luiza Malatesta, na diretoria do Departamento de Vigilância à Saúde. O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), tem dois irmãos – Marcelo e Sueli – em seu gabinete.

Já o petista José de Filippi Júnior adota o nepotismo cruzado. Ele convocou o filho de Avamileno, Fabrício, para assessorar a Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema). Em Ribeirão Pires, o prefeito Clóvis Volpi (PV) contratou o filho Raphael Pinheiro como secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico e Finanças. O irmão do prefeito, Antonio Volpi, também foi para a Pasta de Finanças.

Fechando o cabide regional, o prefeito de Rio Grande, Adler Kiko Teixeira (PSDB), tem a irmão, Aida Jardim Teixeira como secretaria de Educação.




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