O chefe da diplomacia americana se reuniu em Kuala Lumpur com o primeiro-ministro Mahathir Mohamad, com seu colega Syed Hamid Albar e outras autoridades governamentais.

"Conversamos sobre os direitos humanos em todos os encontros. No contexto da luta contra o terrorismo, destaquei a todos os meus interlocutores que seguimos acreditando fortemente nos direitos humanos e que em cada ação devemos atuar de maneira coerente com os critérios universais dos direitos humanos", disse Powell à imprensa.

Durante um bom tempo, Mahathir foi alvo das críticas americanas pela violação das liberdades, em particular depois de que seu oponente Anwar Ibrahim foi preso em 1998.

Porém, as relações melhoraram notavelmente desde os atentados de 11 de setembro: os Estados Unidos apoiaram Mahatir em sua luta contra o terrorismo e o primeiro-ministro foi convidado pelo presidente George W. Bush para visitar a Casa Branca em maio do próximo ano.

Os opositores ao regime acusam este de utilizar o antiterrorismo como pretexto para reprimir seus adversários políticos, sobretudo através de uma legislação de exceção que permite prisões sem julgamento por tempo indeterminado.

Powell disse que citou esta legislação e o caso caso de Anwar Ibrahim durante as reuniões com seu colega. Anwar Ibrahim foi condenado a 15 anos de prisão por sodomia e corrupção. "Pensamos que o processo foi arranjado", lembrou Powell.

Paralelamente, uma autoridade do departamento de Estado se reuniu com a esposa do opositor detido, o qual Washington considera um prisioneiro político.

O ministro malaio das Relações Exteriores afirmou que Kuala Lumpur "dá muita importância aos direitos humanos".

Mahathir, dirigente muçulmano de um país multiétnico, é apreciado no mundo muçulmano e recebeu o presidente iraniano Mohammad Khatami na semana passada, depois do presidente Bush ter qualificado Irã, Iraque e Coréia do Norte de "eixo do mal".

Depois da Malásia, Powell viaja para Cingapura, Brunei, Indonésia e Filipinas.

Em Brunei, Powell participará na quarta-feira e quinta-feira de um fórum sobre segurança com os países da Ásia sul-oriental, as duas Coréias, China e Japão, onde deve assinar um pacto antiterrorista com a Ásia do sudeste.