O perito judicial e engenheiro Manoel Biscaldi, com 1.800 laudos oficiais já firmados, foi designado pela Justiça para avaliação técnica dos hidrômetros substituídos pela Saned (Companhia de Saneamento de Diadema), desde 2009 até hoje - 65.422 equipamentos foram trocados, do total de 70 mil.

Uma ação civil pública tramita na Justiça desde 2010, de autoria da Defensoria Pública, para apurar a cobrança de contas com valores acima da média de consumo nos locais onde os aparelhos foram substituídos. Ontem, o Diário registrou salto de até 1.069% no valor de contas de consumidores.

A juíza da 4ª Vara Cível, Marisa da Costa Alves Ferreira, no último despacho até ontem, designa o perito judicial.
"Uma prova técnica para aferir os hidrômetros, inclusive do que é consumo de água e não de ar para a leitura", avaliou o defensor Leandro de Castro Gomes.

O ofício-resposta do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) não chegou, embora o órgão tenha informado ao Diário o reenvio - houve retorno por conta do recesso forense no fim de 2011. Porém, o IPT não adiantou detalhes.

Indagada se o aumento dos valores tem a ver com a troca dos relógios, a Saned respondeu que "não necessariamente". E justificou que o acréscimo pode se dar "por causa do aumento de consumo causado por calor, crescimento no número de moradores na residência, reforma na casa e vazamentos, entre outros motivos".

Diariamente, a Defensoria Pública de Diadema também funciona como plantão de reclamações de consumidores que tiveram as contas de água majoradas, pós-troca do equipamento. "O problema persiste no município todo e atinge, principalmente, a população de baixa renda", afirmou o defensor. Ele fez questão de acrescentar que a ação civil pública abarca todos os consumidores da cidade.