Brickmann Titulo
A ética, a moral e os bons costumes

Comecemos o debate ético, que pelo jeito vai ser muito importante nessas eleições presidenciais. Do lado tucano

Carlos Brickmann
07/04/2010 | 00:00
Compartilhar notícia


Comecemos o debate ético, que pelo jeito vai ser muito importante nessas eleições presidenciais. Do lado tucano, com José Serra, o candidato a governador de Brasília Joaquim Roriz, que já exerceu o cargo algumas vezes e lançou na política todos os agora indiciados daquelas bandas; de outro, ao lado de Dilma Rousseff, o deputado Valdemar Costa Neto, o senador Fernando Collor, o senador José Sarney, o candidato Anthony Garotinho - e, retornando após um longo silêncio, o deputado federal Inocêncio Oliveira, aquele que usou máquinas públicas, do governo federal, para furar poços em suas fazendas particulares.
O debate ético deve ser mesmo interessante, considerando-se os políticos participantes. A propósito, amanhã, dia 8, o Supremo decide se o presidente Lula não deveria estar entre os réus do Mensalão - aqueles famosos 40, entre os quais seu mais poderoso auxiliar, o antecessor da candidata Dilma Rousseff como ministro mais forte do governo. A discussão é simples: ou o procurador-geral da República agiu corretamente e não denunciou o presidente Lula por ausência de indícios de sua participação no episódio, ou havia elementos para denunciá-lo, e o procurador Antônio Fernando de Souza errou ao deixá-lo de lado. Opinião deste colunista (que não passa de palpite, com base na excelente reputação do procurador-geral): o Supremo deve manter Lula fora do processo, acompanhando a opção de Antônio Fernando de Souza.
Ética. Será um belo debate, quando esses políticos souberem do que se trata.

E, POR FALAR EM ÉTICA
Os 15 deputados federais que ocupavam cargos no Executivo (governo federal, Governos estaduais, municípios) e se afastaram para disputar eleições estão de volta à Câmara. Estão de volta também ao nosso bolso: todos recebem, além dos 14 salários habituais, mais uma ajuda de custo, equivalente a um salário, R$ 16,5 mil, para "compensação de despesas" com mudança, transporte, alimentação e hospedagem - mesmo que morem em Brasília. Têm ainda outra verba, quatro passagens aéreas, ida e volta, para seus Estados de origem. É pouco? Não: no dia 10 de fevereiro, há pouco menos de dois meses, seus suplentes já haviam recebido este dinheiro - e dinheiro público, depois que saiu, morreu.

OS POBRES NO PODER
Da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff: "Estamos juntos na luta para não deixar que aqueles que sempre governaram o País para os ricos voltem para excluir os pobres." Se este colunista entendeu direito, Fernando Collor e José Sarney, que estão juntos com ela na luta, governaram este País para os pobres? E nesse feroz trabalho em favor dos pobres tiveram apoio de políticos que continuam juntos na luta, ao lado de Dilma, como o professor Delfim Netto?

POBRES E INADIMPLENTES
A Rádio Jornal de Maringá Ltda., do Paraná, foi condenada pela Justiça a pagar a conta de luz de agosto de 1994 a outubro de 1996. Os 26 meses de inadimplência levaram a dívida a pouco mais de R$ 235 mil. E a quem pertence a rádio? Acertou: a um deputado federal, Ricardo Barros, presidente do PP paranaense. Barros é um exemplo de imparcialidade politica: foi líder do governo Fernando Henrique, foi vice-líder do governo Lula.

CADÊ A SEGURANÇA?
Em Florianópolis, o apartamento de Lurian, filha do presidente Lula, foi assaltado. Ela estava no apartamento, mas assistindo à TV, e diz que nem percebeu o assalto. Mas o ladrão, ou os ladrões, ficaram lá por algum tempo - o suficiente para roubar algumas coisas, como o computador, e até comer uma pizza que estava no forno. O detalhe é que Lurian tem um esquema de segurança formado por dez homens, treinados, armados e pagos pela Presidência da República, com viaturas à disposição - e eles também não perceberam nada. Se é para funcionar desse jeito, por que gastar com segurança? Vale investigar a fundo, até para ter certeza de que as pessoas que devem protegê-la não mudaram de lado.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;