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Paz no trânsito

A violência nas grandes cidades é sentida, majoritariamente, como o maior problema...

Cristina Baddini
Do Diário do Grande ABC
28/06/2013 | 07:00
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A violência nas grandes cidades é sentida, majoritariamente, como o maior problema contemporâneo. Seria reduzi-la muito pensarmos apenas em termos da eficácia policial. Ela depende de um conjunto de medidas e atitudes para que tenhamos uma qualidade de vida boa, uma vez que a redução dramática da situação atual brasileira só pode se dar com um maior nível de desenvolvimento econômico, político e social. Escolhas adequadas de toda a sociedade representam uma emergência para a verdadeira paz urbana.

Guerra urbana

A violência no trânsito mata todos os anos mais de 1 milhão de pessoas no mundo, fere e incapacita mais de 50 milhões e é a causa principal de mortes de jovens na faixa etária dos 10 aos 24 anos.

Em outubro de 2005, a assembleia geral da ONU aprovou resolução conclamando todos os países para que definissem o terceiro domingo do mês de novembro de cada ano como o dia dedicado à memória das vítimas da violência sobre rodas.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) e as demais instituições mundiais ligadas à segurança na circulação viária incentivam os governos e as organizações civis em todo o planeta que celebrem essa data, não só como uma forma de mobilização social e de homenagem aos entes queridos vitimados pela violência viária, mas também como legítima e necessária provocação para que ações efetivas e práticas sejam adotadas.

O objetivo da celebração é garantir a mobilização da sociedade contra essa violência absolutamente previsível e confortar os centenas de milhares de parentes e amigos das vítimas que sofrem e sofrerão para sempre as consequências materiais, sociais e principalmente emocionais desses eventos trágicos.

Em 2007, foi feito no Rio de Janeiro um movimento social com o intuito de homenagear as vítimas de acidentes de trânsito. Movimento que se repetiu em 2008. Em 2009, para que a consciência sobre a gravidade do problema fosse ampliada, os organizadores decidiram que, a partir daquele ano, ela seria itinerante, acontecendo em cidades diferentes. A primeira escolhida foi Curitiba, palco de uma tragédia que vitimou dois jovens inocentes e que comoveu o Brasil. O evento foi marcado com a construção de um monumento permanente no Parque Barigui. Em 2010, a homenagem foi em Florianópolis, Santa Catarina, capital do segundo Estado brasileiro no ranking da violência no trânsito. Foi um dia de conscientização e ações educativas, com objetivos claros no sentido de se refletir sobre os problemas gerados no trânsito e os caminhos para se evitar que novas vítimas de acidentes continuem surgindo a cada dia.

Década de redução de acidentes

Espero que as autoridades, entidades e sociedade em geral coloquem as ações para a redução das vítimas de trânsito como prioridade na agenda nacional. Conclamo as pessoas para uma canhinhada no Ibirapuera em São Paulo, com concentração às 9h30 e previsão de saída da caminhada às 10h30 no Portão 4 (em frente à passarela do Detran)

É inaceitável que o Brasil continue matando cerca de 40 mil e internando outras 120 mil pessoas todos os anos vítimas de acidentes de trânsito, provocando um impacto estimado em cerca de R$ 34 bilhões ao País, em gastos com resgate, tratamento, perdas de produção e materiais, dentre outros. Sem contar o forte impacto emocional, econômico e prático que os acidentes de trânsito têm provocado na vida de milhões de vítimas, familiares e amigos.

O Brasil pode e deve estabelecer e perseguir esta meta ambiciosa e factível de redução de vítimas de acidentes de trânsito, para a década de 2011 a 2020, com os três níveis de governo (federal, estadual e municipal), para tratarem esse tema como um dos prioritários, elaborando e implantando planos estratégicos de ações.

Vamos participar deste esforço para que a comunidade, organizada ou não, pública ou privada, se envolva na construção de uma mobilidade segura, mais humana e para todos os usuários das vias e com menos impacto ao meio ambiente. Dia 20 mobilize-se. Chega de acidentes! Chega de lágrimas! 




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