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Boca-de-lobo inferniza Jardim Laura
Por Bruno Ribeiro
Especial para o Diário
30/11/2005 | 08:21
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Chuva na região do Jardim Laura, em São Bernardo, é sinônimo de falta de sossego e exposição a doenças para alguns moradores da estrada dos Alvarenga – nas proximidades da rua Neci Elói Dantas. Bocas-de-lobo entupidas provocam uma invasão de sujeira em algumas casas, construídas em cima da tubulação que levaria as águas pluviais das ruas até a represa Billings. Por isso, os moradores ficam em prontidão sempre que o tempo fecha, para organizarem barricadas precárias a fim de evitar que o esgoto entre nas casas.

“A chuva traz de tudo: carcaças de ratos, restos de comida, pacotes de bolacha, garrafas plásticas e até camisinhas”, diz o vigilante aposentado Manuel Gouveia do Nascimento, 61 anos, morador da rua há 15 anos. A casa dele é uma das mais prejudicadas. “Se o céu escurece, eu não durmo. Coloco galocha, capa de chuva e fico aqui, sentado na porta da cozinha, esperando a água invadir meu quintal”, conta. O morador tem duas comportas para impedir o avanço da água suja. Ele também fez um furo nos fundos do quintal, para deixar que a água escorra antes de entrar na casa. “Só que o cano também está entupido nos fundos, e a água transborda por lá também. Então, eu tenho que tentar tirar água de dois lugares”, lamenta o aposentado.

Apesar de sua casa estar construída nas margens da represa, Nascimento paga uma taxa de R$ 8,50 pelo recolhimento do esgoto à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Por isso, a empresa foi o primeiro órgão público a ser ouvido pelo Diário para falar sobre o problema. A empresa afirmou que as tubulações entupidas são de responsabilidade da Prefeitura de São Bernardo, por se tratar de tubulação de águas pluviais. Já a Prefeitura afirmou que, devido ao local estar em uma área de proteção aos mananciais, a Prefeitura não poderia fazer qualquer tipo intervenção no local – pois estaria infringindo a legislação ambiental. A Prefeitura, no entanto, lembra que a área é de responsabilidade da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia).

A Emae informa que não tinha conhecimento do problema. A empresa afirma que enviou terça-feira um técnico para avaliar o que está acontecendo e quais medidas a tomar para resolver a questão.




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