Por meio da AES Eletropaulo, o Grande ABC receberá neste ano investimentos de R$ 68,3 milhões do Grupo AES Brasil. O valor equivale a 12,7% da soma dos investimentos programados pela empresa para o país em 2005 (R$ 536,9 milhões) e anunciados terça-feira, em São Paulo, pelo diretor-presidente da companhia, Eduardo José Bernini.

Do montante destinado à região, R$ 28,53 milhões serão empregados em obras que aumentarão a capacidade de fornecimento de energia elétrica para o Grande ABC, com base numa previsão de crescimento de 2% a 3% ao ano do consumo local. A cada cinco anos, o Departamento de Planejamento da empresa redimensiona a capacidade de fornecimento.

Os R$ 39,79 milhões restantes serão dirigidos à manutenção do sistema e à dinamização dos serviços, com a construção de duas megaagências de atendimento – uma em Santo André e outra em São Bernardo. Cada uma das agências terá capacidade para recepcionar diretamente ou por telefone cerca de 8 mil consumidores por mês. A AES atende 840 mil unidades consumidoras no Grande ABC, entre residências, pontos comerciais e indústrias.

Segundo Bernini, a empresa tem por objetivo manter a qualidade atual dos serviços e conquistar consumidores potencialmente livres. São classificados como consumidores livres aqueles que utilizam acima de 3 megawatts/mês – geralmente empresas de grande porte como Volkswagen, Ford, Petroquímica União, que, diante do grande volume consumido, têm liberdade para comprar energia elétrica do fornecedor que desejarem. Uma grande empresa situada no Grande ABC, por exemplo, pode adquirir energia elétrica de outras fornecedoras – como a Cemig (concessionária mineira) – e utilizar a rede de distribuição da AES Eletropaulo, pagando por isso um aluguel chamado de taxa-fio. Nessa concorrência, a regularidade da energia fornecida e o suporte técnico são fundamentais.

“No ano passado, conseguimos renovar 54% dos contratos de clientes potencialmente livres. Isso é um bom índice e demonstra que a qualidade no fornecimento da energia elétrica e dos serviços faz a diferença”, afirmou Bernini.

Obras – Segundo a diretora da AES Eletropaulo para o Grande ABC, Maria Teresa Vellano, as obras na região envolverão a linha de distribuição aérea Tamoio, em Diadema, a estação transformadora de distribuição Imigrantes, em São Bernardo e a linha de transmissão Sul-Piratininga, que começa em Santo André, passa por São Bernardo e chega a São Paulo. “Vamos trocar circuitos, modernizar as estações e substituir cabos que consigam conduzir maior volume de energia. Temos de nos adiantar à retomada do crescimento no Grande ABC, que deverá acompanhar o ritmo do país.”

Já os investimentos de operação serão aplicados na poda de árvores, regularização de ligações clandestinas e dinamização dos serviços. Segundo ela, a qualidade da energia fornecida à região é uma das melhores da companhia no país.

De acordo com Maria Teresa, a região recebe grande atenção da companhia em virtude do poder aquisitivo, das expectativas de expansão e também por apresentar um dos menores índices de inadimplência. No Grande ABC, há uma unidade de negócios da AES que cobre os sete municípios, com sede em Diadema, e bases de atendimento em Santo André e São Caetano, além de cinco postos de atendimento e outros agentes credenciados. Um agente credenciado pode ser uma farmácia, por exemplo, que esteja apta a receber o pagamento de uma conta de luz.

Expansão – Serão instaladas neste ano duas megaagências da AES no Grande ABC. Uma ficará em Santo André, na rua Onze de Junho (bairro Casa Branca), com área de 617 m². Com essa nova unidade, a da rua Luiz Pinto Fláquer, no Centro, será desativada. A construção começa no próximo mês, e a inauguração será em junho. Para a agência de São Bernardo, a AES procura uma área em trecho de grande fluxo urbano. A previsão é de entrar em operação até o final do ano. As agências da AES na região atendem em média 23,5 mil consumidores/mês.