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11/9: comissão revela 'fragilidades' da inteligência
Da AFP
04/04/2004 | 17:41
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A comissão independente de investigação sobre os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos revelará as fragilidades de um sistema que não conseguiu evitar os ataques. O relatório que será divulgado antes da eleição presidencial, no entanto, também pode conter questionamentos sobre indivíduos concretos, explicaram neste domingo seus principais integrantes.

Condoleezza Rice, a conselheira para a Segurança Nacional do presidente George W. Bush, será ouvida na próxima quinta-feira. "Esperamos que a sessão seja muito interessante, porque queremos saber tantas coisas", declarou o presidente da comissão, Thomas Kean, à rede de televisão NBC.

"Queremos saber o que aconteceu e as diferenças entre a política da administração Bush e a da administração (Bill) Clinton. Queremos saber o que Rice escutou, o que sabia e, certamente, as diferenças que podem existir entre ela e outras das muitas pessoas que já escutamos", disse Kean.

"Ela é a pessoa que estava em contato com todos os que estão prestando depoimentos, é a pessoa que precisamos para estabelecer os fatos (...) quero ouvir sua opinião sobre a maneira de consertar o que funcionou errado", disse John Lehman, outro membro da comissão, à emissora CBS.

O ex-coordenador do combate ao terrorismo do governo Bush, Richard Clarke, acusou o presidente de ter minimizado a ameaça que a rede terrorista Al-Qaeda representava antes dos atentados de setembro de 2001 em Nova York e Washington, que provocaram 3.000 mortes.

O vice-presidente da comissão, Lee Hamilton, atribuiu o fracasso no momento de prevenir os atentados de 11 de setembro a "problemas do sistema, mais do que a responsabilidades individuais". "No entanto, isto não quer dizer que a comissão não formulará críticas. Podemos emitir críticas a pessoas concretas", acrescentou Hamilton, que disse que o "relatório da comissão terá uma opinião sobre esse ponto".

Entre os grandes problemas, Kean citou a "falta de coordenação entre organismos de inteligência e dentro do FBI". "O FBI não conseguiu penetrar nas células terroristas em território norte-americano e não compartilhou informações de inteligência", afirmou o congressista.

"Por outro lado, tínhamos a CIA com uma oposição total às atividades encobertas, que não tinha capacidade para se infiltrar na Al-Qaeda, que não estava realmente preparada para enfrentar inimigos transnacionais. E tínhamos um departamento de Estado que concedia vistos a terroristas, como Khalid Sheik Mohammed", acrescentou Lehman.

A Casa Branca, inicialmente contrária ao depoimento de Rice à comissão, voltou atrás na semana passada, mas George W. Bush destacou que essa audiência será excepcional e não deve servir de precedente para futuras investigações.

"Ouvi o presidente dizer que deseja que todos os atos venham à tona, que a comissão elabore um relatório completo para o povo norte-americano", afirmou Karen Hughes, uma das conselheiras mais próximas do presidente. "A Casa Branca cooperou de uma forma que não possui precedentes com esta investigação", acrescentou.




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