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3ª Bienal de Santo André começa nesta quinta
Ricardo Ditchun
Do Diário do Grande ABC
06/10/2005 | 08:53
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Arte reproduzida por meio de técnicas como entalhe e fixação química em matrizes de madeira, metal, pedra, tecido, vidro e, até, a pele. O suporte final das estampas, quase sempre, é o papel. A essência da gravura é mesmo a possibilidade de democratização – não confundir com banalização – da obra artística. Graças a esse procedimento, bolsos menos afortunados têm tido a oportunidade de constituir coleções com assinaturas importantes para deleite estético doméstico e, ainda, investimento.

E é também para ajudar a emplacar tais conceitos, fundamentais para a compreensão do universo dessa manifestação artística, que a Casa do Olhar da Prefeitura de Santo André, por meio de sua coordenadora, Paula Caetano, abre nesta quinta-feira a 3ª edição da Bienal de Gravura. O evento, o mais significativo para a cultura do Grande ABC e, em função da participação de artistas e especialistas do Brasil e do exterior, com fortes implicações extra-regional, oferece programação que extrapola a ação de simplesmente visitar exposições.

Com contaminação regional (eventos em São Bernardo, São Caetano e Diadema) e paulistana (Galeria Olido), a 3ª Bienal foi concebida ainda com o propósito de funcionar como fórum de debates e aprendizagem. Assim, há ocorrências distribuídas em quatro famílias: Encontros, Ações Educativas, Visitas Orientadas e Projetos. Em cada uma, presenças tão variadas como instigantes. Entre os gravadores que farão palestras estão Evandro Carlos Jardim, Manuel Patinha (Espanha), Rubem Grilo, Luise Weiss, Marco Buti, Paula Pedroso e Claudio Mubarac.

Xilogravura, água-forte, litografia, água-tinta, buril, maneira-negra, meia-tinta, ponta-seca, talho-doce, calcografia, linóleo, madeira ao fio, madeira de topo, rupestre e gravura em metal e vidro. Eis algumas técnicas que serão tratadas nas conversas e ações educativas previstas.

A respeito das exposições, as atrações mais notáveis, a 3ª Bienal reunirá obras de artistas brasileiros selecionados e premiados, mostras paralelas e uma sala especial dedicada ao gravador Rubem Grilo. Nas paralelas, acervos cuja oportunidade de apreciação chega a ser quase que obrigatória. Por exemplo: Mubarac, Hélio Vince, Jerônimo Soares, Valdeck de Garanhuns, gravura mexicana, portuguesa, canadense e espanhola, gravura no acervo municipal, Daniela Lorenzi (Itália), ateliê Quattordici e la Grafica Upliglio 22250 (Itália), a gravura no Grande ABC (Grudzinski, Irene Ribeiro etc.), a gravura em Belém, a paisagem na gravura, ateliê de Paranapiacaba, procedimentos básicos, gravura japonesa entre os séculos XVII e XIX, mostra de matrizes (Maria Bonomi, Evandro Jardim etc.)...

A agenda, como se vê, é formidável. Além de espaços centrais, terá lugar em equipamentos periféricos. Diversidade, qualidade e caráter democrático e educativo. Não faltam motivos para afirmar que a Bienal de Gravura de Santo André ocupa lugar de destaque na cena cultural brasileira.




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