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Etapas para superar a crise da Covid-19
Por Simpi
24/06/2020 | 00:04
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Nos últimos três meses, setores da economia, como comércio e indústria, sofreram negativamente com a pandemia do coronavírus. As primeiras dificuldades começaram com a necessidade de isolamento que obrigou as empresas a se reorganizarem para que pudessem manter o funcionamento. Com a reabertura, as empresas terão que correr contra o tempo para recuperar faturamento e voltar a uma sonhada normalidade.

Quem conseguiu se organizar nesse período, ganhou vantagem. O desafio dos empresários foi conseguir tomar as melhores decisões no tempo certo. Para auxiliar essa tomada de decisão, a Deloitte Brasil, uma das maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo, trouxe um plano de 100 dias para ajudar empresas a atravessar a crise. Em entrevista ao programa de TV A Hora e a Vez da Pequena Empresa, o líder no combate à Covid-19 na Deloitte Brasil, Ronaldo Fragoso, explicou que o plano consistiu em seis etapas que ajudam a repensar a organização em uma situação drástica.

Ronaldo destacou que esse processo precisa começar com a organização da empresa e de pessoal. O objetivo foi ter uma equipe focada em repensar o funcionamento e as próximas ações. “A primeira etapa é o que chamamos de governança e da organização da crise. A segunda questão é a gestão das pessoas, que é importantíssima, principalmente numa crise de saúde. O terceiro considera os impactos financeiros. O que financeiramente irá acontecer para a empresa? Logicamente, a média e grande tem uma musculatura maior, mas vai sofrer do mesmo jeito, então independentemente do tamanho, olhar para a questão financeira e uma proporção mínima financeira, com a questão de fluxo de caixa, é fundamental. A quarta etapa é a cadeia de suprimentos e operações. Mesmo uma micro ou pequena empresa tem uma questão de logística de abastecimento, de fornecedores. A quinta e a sexta etapas é a questão de clientes e receita. Eu tenho que saber se nesta situação de eventual parada que tive que fazer, como consigo atender parcialmente ou não? Se eu consigo atender? Se eu tenho uma forma de atendimento diferenciado? Isso tudo atrelado à questão da tecnologia”, disse.

A incerteza de quanto tempo a pandemia durará é um dos principais fatores para a gravidade da crise. Contudo, Ronaldo Fragoso lembra que experiências anteriores podem nos ajudar a olhar para saídas. “Sabíamos que não se resolveria do dia para a noite. Nós teríamos um tempo mínimo de resposta. Historicamente, quando se tem uma crise grande, você tem uma questão importante, que é planejar o fluxo financeiro de poder durante este tempo. Você sabe que a crise irá passar, mas ela tem uma dimensão que é o impacto que trará para muitas empresas, especialmente para micro e pequenas. A questão financeira é fundamental. Por mais que ela não tenha fôlego para atravessar no período, ela precisa achar uma forma de ultrapassar o período da crise, para depois, na fase de recuperação, conseguir retomar uma parte ou a totalidade”, conta.

Assim como em toda a crise, muitas empresas fecharão, mas outras encontrarão novas oportunidades. “Uma parcela das empresas de fato não vai sobreviver, mas por outro lado, terá uma parcela de novas empresas surgindo. Se olharmos a experiência que já aconteceu lá fora, tanto na Ásia, com na China ou mesmo na Europa, você vê o surgimento de empresas, por exemplo, no comércio eletrônico e na movimentação de mercadorias para evitar o contato entre as pessoas”, explica.

Para o futuro, Ronaldo Fragoso admite que a crise será forte no Brasil, mas acredita que o País conseguirá ultrapassar as dificuldades. “Pode ser que o Brasil sofra um pouco mais porque não tem a estrutura de países europeus, da China ou dos Estados Unidos. Devemos sofrer em várias áreas, sem dúvida nenhuma, mas espero que, como em outras crises, nós consigamos voltar mais fortes nas questões relacionadas ao mundo corporativo e social”, disse. 




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